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Mestres do reisado saem às ruas em mais um Dia de Reis

Representantes de Congo e Couro (Caretas) mantêm tradição no interior do Estado e repassam saberes ancestrais para as novas gerações

5 de janeiro de 2020
Mestres do reisado saem às ruas em mais um Dia de Reis

(Foto: Fabiane de Paula)

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Quase todo mundo já ouviu falar que, alguns dias após o nascimento do Menino Jesus, “magos” vindos do Oriente, guiados por uma estrela, chegaram em Jerusalém para adorá-lo; presenteando-o com ouro, incenso e mirra. O que pouca gente sabe, porém, é que nessa passagem bastante conhecida da Bíblia cristã (Mateus 2,1-12) não se fala especificamente em três reis, tampouco que eles se chamavam Gaspar, Melchior e Baltazar. Estes foram detalhes incorporados nos séculos seguintes, a partir de interpretações e nomenclaturas de diferentes autores. E, assim como eles, alguns mestres de reisado do Ceará hoje cantam e dançam sua versão da história.

Antônio Ferreira Evangelista, por exemplo, nasceu em 1962, naquele que se convencionou chamar Dia de Reis (6 de janeiro), e, desde os oito anos de idade, participa da brincadeira no Cariri cearense. Natural de Juazeiro do Norte, ele é mestre do Reisado dos Discípulos de Mestre Pedro, popularmente conhecido como Reisado dos Irmãos. Diplomado em dezembro último pela Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, tudo que sabe, aprendeu com o irmão adotivo Pedro de Almeida. “Eu vou contar o que meu mestre me falou”, adianta.

“O reisado de Congo é a ida (para Jerusalém); o de Couro ou Careta é a volta (para o Oriente)”, afirma, fazendo a distinção entre esses dois tipos de manifestação encontradas no Ceará.

Segundo conta, os três reis magos foram visitar o Menino Jesus com belas roupas, mas na volta decidiram se disfarçar, a fim de que os soldados romanos não os reconhecessem e os pedissem a localização da criança para entregá-la a Herodes. “Quando saíram, viram um senhor matando um bode e pediram o couro para o disfarce. Tiraram todas as roupas, botaram dentro de um saco sujo, e do couro fizeram máscaras. Os soldados achavam que eram mendigos e os deixaram passar”, pontua Mestre Antônio.

O Reisado dos Irmãos, assim reconhecido por uma tradição familiar que reuniu os filhos de Joaquim Avelino Evangelista e discípulos de Pedro de Almeida – Antônio, Raimundo, Avelino e José Avelino – representa a tradição do Congo. Esse tipo de reisado, conforme Mestre Antônio, simula um cortejo de guerreiros, que se empenha numa guerra santa.

“Quando a gente começa no reisado, é como Contra-coice. Depois vem Figurinha, Bandeirinha, Contra-guia. Somos avaliados até chegar a uma peça mais fundamental, com um cargo, um título. É aí que passamos para Embaixador, Contramestre e Rei. Depois de Rei é que se torna Mestre”, explica a hierarquia.

Estética
As principais referências da manifestação vêm, segundo o brincante, de Roma e Portugal. “As cores da roupa a gente tirou mais por Portugal. Já as vestes, a gente tem uns coletes e uns saiotes, que é puxado mais pra Roma; e os capacetes também. É coroa, mas a gente chama capacete”, descreve. Quem confecciona essas coroas são Antônio e o irmão Raimundo, os únicos ainda vivos do grupo original.

“Ele cria o modelo, joga pra mim, vou e corto todos. A gente não bota nenhum brincante pra enfeitar porque temos medo de eles fazerem alguma coisa que não caia no padrão. A roupa a gente já tem uma costureira certa, nossa tia”, explica.

A herança africana é outra reverenciada pelo reisado de Congo. “Ela vem retratada no palhaço Mateu. Aquele que tá de cara preta. Eles pintam o rosto porque estão homenageando os negros”, evidencia Mestre Antônio sobre esta figura cômica que está fora da hierarquia, assim como a Catirina. Até mesmo os passos de dança do folguedo trazem referências africanas, segundo o mestre. “A gente escutava o som do pessoal da África naqueles tambores e puxava algumas coreografias a partir deles”, diz.

Antes de chegar ao posto que ocupa hoje, Antônio passou por praticamente todas as etapas. Somente aos 25 anos, já tendo brincado por quase duas décadas, foi reconhecida a possibilidade dele se tornar mestre. “E assim mesmo eu nem queria, porque eu achava uma responsabilidade muito grande, eu não aceitava”, conta. Resistiu como pôde, mas o irmão Pedro de Almeida estava decidido a transmitir-lhe a função logo que morresse, e assim o fez.

Antes de partir, porém, deixou dois conselhos: primeiro, que não ensinasse tudo que sabia para seus discípulos, pois um mestre de reisado sempre deve guardar um segredo; e, segundo, que “não criasse cobra para lhe morder”. “Essa primeira orientação eu sigo, mas a segunda, não. Eu acho que já criei a cobra. Minha neta Maria tem 16 anos e já tem mais agilidade do que eu”, confessa.

O Reisado dos Irmãos hoje é também dos filhos e netos. As mais novas do grupo são Maria Maislânia, 2 anos, e Maria Maisla, 6 anos, ambas filhas de Mestre Antônio. Na brincadeira, as duas nem parecem iniciantes, tampouco perdem o passo, esteja o grupo indo devagarzinho ou rápido demais. “A gente faz ensaio três dias da semana. Começamos 18h e terminamos 21h, lá no meu bairro, o João Cabral, um celeiro de artistas. Ao todo, a gente faz com uns 28 brincantes”, afirma.

Espetáculo
Uma apresentação completa dura de 4h a 6h, bem diferente do que se costuma ver em eventos, quando o grupo faz no máximo 20 minutos. O que pode variar é a quantidade de entremeios (pequenas representações dramáticas inseridas durante as encenações). Os mais comuns são o Boi, o Jaraguá, a Zabelinha, o Guriabá, o Sapo, o Urso e o Italiano, o Diabo, a Alma e São Miguel, o Seu Anastácio etc.

Mestre Antônio evoca também a figura do Macaquinho, que no Reisado dos Irmãos tem uma simbologia especial. “Quem o fazia era Cícero. Ele era também nosso zabumbeiro, mas tá com três anos que sofreu um AVC e não pode mais tocar e brincar. No entanto, fazemos questão de homenageá-lo e levá-lo conosco em todas as apresentações”, reforça. Este entremeio é tão importante para o grupo quanto o Jaraguá. “É o primeiro pássaro que entra dentro do reisado, vamos dizer que ele seja o mascote. Sem ele, o pessoal diz logo: ‘oxe, nunca vi reisado sem Jaraguá!’”.

As canções entoadas por mestre Antônio são respondidas por um coro de vozes. Muitas delas foram repassadas pelos mais velhos, outras foram criadas pelo artista Carlos Gomide, idealizador da Carroça de Mamulengos. Num dia feito hoje, véspera de 6 de janeiro, a voz já está preparada para pelo menos 12h de apresentação pelas ruas do Juazeiro, em cerca de 30 a 40 km de caminhada. É que quando termina a festa nos bairros, os brincantes retornam para o lugar de ensaio, onde o folguedo pode seguir até a madrugada do dia 7.

Couro ou careta
Ainda no Cariri, nas cidades de Barbalha e Potengi, e também no município de Senador Pompeu, no distrito de São Joaquim Salgado, preparam-se respectivamente os mestres Zé Pedro, 90 anos, Antônio Luiz, 61 anos, e João André, 75. Eles comandam grupos de reisado de Couro/Careta, que diferem tanto conceitualmente quanto esteticamente do de Congo.

“A diferença tem na roupa, na mão – nós usamos espada e eles usam cacete de madeira. Eles não fazem a luta que a gente faz, que a gente puxa para Roma, mas eles realizam uma dança inspirada nos pés de serra, nas casas de taipa. Não usam saia, usam calça. As coisas que eles vestem é de Mateu, tudo que eles vestem é do Mateu”, diferencia mestre Antônio, do Reisado dos Irmãos.

Zé Pedro admite que, quando mais novo, arriscou brincar no Reisado de Congo. Mas, ao golpear sem intenção um brincante com a espada, decidiu nunca mais fazer esse jogo. O personagem que ocupou seu coração a partir de então foi exatamente o Mateu. Portanto, não se admira que tenha enveredado pelo Reisado de Couro. Hoje ainda canta, mesmo com pouco fôlego, toca pandeiro e dança um pouquinho, apoiado na bengala.

“Enquanto eu for vivo, eu não deixo. E tenho o prazer de deixar vocês tudo aprendido mode fazer o que eu fazia no tempo que eu era gente”, é o que fala aos netos e bisnetos que se encantam com a brincadeira.

A apresentação do Reisado de Couro é mais curta, dura 1h em média. Os personagens também são outros: a família de caretas, encabeçada por um casal cômico de velhos; além das Damas, o Babau, a Ema, a Burrinha, o Urubu, o Padre, o Doutor, o Mané-Gostoso etc.

Desde a hora que colocam as máscaras, os mestres viram criança. “Eu mesmo que confeccionei essa minha. É de couro, forrada com pano. E tem esses detalhes para enfeitar”, especifica João André, que coordena o grupo Boi Estrela, de Senador Pompeu.

Feitas com madeira de mulungu e couro de bode, as máscaras do grupo de mestre Antônio Luiz (de Potengi), por sua vez, se completam com um boné de Mateu produzido com papelão. “Quando brinco, me sinto mais novo. Não canso. No outro dia é que a gente amanhece todo quebrado, mas sempre vale a pena”, finaliza ele, adiantando a “ressaca” comum a todos os mestres após o Dia de Reis.

Por Roberta Souza

Fonte: Diário do Nordeste

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