Uma residência discreta, localizada no número 233 da Rua Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, abrigou por décadas encontros de figuras influentes da cidade. Ali, entre quadros, fotografias e relatos históricos, Assunção Gonçalves (1916-2013) preservou com zelo a memória local. Artista, professora e mestre da cultura, ela deixou um legado que atravessa o tempo e inspira gerações.
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Para homenageá-la, será lançado no dia 20 de fevereiro, na Cantina Zé Ferreira, o documentário de curta-metragem “A Arte de Ser Amada”, dirigido por Hévila Ribeiro e Zizome Gouveia. A produção combina imagens de arquivo, entrevistas e registros do cotidiano da homenageada, destacando sua influência na arte, na educação e na cultura do município.
Um legado para Juazeiro do Norte
Assunção Gonçalves desempenhou papel fundamental na história de Juazeiro do Norte, não apenas por seu trabalho artístico, mas também por sua atuação na educação, especialmente na Escola Normal Rural de Juazeiro do Norte, instituição pioneira do ensino ruralista no Brasil.
O memorialista Renato Cassimiro, um dos entrevistados do documentário, ressalta sua importância na preservação da memória da cidade. “Assunção sempre referia fatos sobre o Joaseiro antigo, mencionando os primeiros moradores, o primeiro arruamento, a primeira capelinha… No coração dela, havia um amor imenso por Juazeiro, algo que só fomos perceber muito tempo depois”, afirma.
Desde jovem, a artista demonstrava grande sensibilidade para a pintura, registrando momentos históricos da cidade em telas icônicas, como “Juazeiro Primitivo — 1827”, “Padre Cícero”, “O Pacto dos Coronéis”, “A Ceia Larga” e retratos de Padre Cícero Romão Batista, com quem conviveu na infância.
A preservação da memória e a casa histórica
O documentário também destaca o valor patrimonial da casa onde Assunção viveu, situada próximo a marcos importantes como a Praça Padre Cícero e a Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores. Com sua fachada histórica, adornada por janelas e platibandas detalhadas, a residência resiste às transformações urbanas que têm alterado o centro do município.
A pesquisa para o curta teve como base um extenso levantamento bibliográfico e documental, além de visitas ao acervo da artista. As gravações ocorreram majoritariamente na casa de Assunção, contando com depoimentos de familiares, amigos e estudiosos que acompanharam sua trajetória.
A diretora Hévila Ribeiro enfatiza a importância do projeto: “Acreditamos no audiovisual como uma ferramenta essencial para o diálogo e a construção do conhecimento. Eu e Zizome nos unimos a uma equipe multidisciplinar para produzir um material inédito que representasse a grandiosidade de Assunção Gonçalves”.
Após o lançamento presencial no dia 20 de fevereiro, “A Arte de Ser Amada” será disponibilizado gratuitamente no YouTube, permitindo que o público em geral tenha acesso à história e ao legado de Assunção Gonçalves.
Serviço:
O quê: Lançamento do documentário “Assunção – A Arte de Ser Amada”
Quando: 20 de fevereiro
Onde: Cantina Zé Ferreira, R. Padre Cícero, 158 – Centro, Juazeiro do Norte – CE
Horário: A ser definido
Por Heloísa Mendelshon
