Nesta quinta-feira (11) às 18h30, dentro da programação do XIII Caminhos do Artefatos da Cultura Negra, o Cinemáfrica exibe o filme ‘Cabeça de Nêgo’ do cineasta Déo Cardoso. Seguido de uma roda de conversa com o jornalista Kennedy Saldanha e do lançamento do livro Corupira: mau encontro, tradução e dívida colonial, com presença do autor Alexandre Silva de Jesus.
Curta e siga nossas redes sociais:
Sugira uma reportagem. Mande uma mensagem para o nosso WhatsApp.
Entre no canal do Revista Cariri no Telegram e veja as principais notícias do dia.
O longa-metragem é um manifesto contra o racismo e a precariedade do sistema educacional no Brasil. O longa cearense, produzido e distribuído pela Corte Seco Filmes, conta a história de Saulo, que inspirado pela leitura do livro dos Panteras Negras tenta impor mudanças em sua escola e acaba entrando em conflito com alguns colegas e professores. Após reagir a um insulto racista, ele é expulso, mas se recusa a deixar as dependências da escola por tempo indeterminado até que a justiça seja feita, dando início a uma grande mobilização coletiva. O filme, rodado inteiramente na cidade de Fortaleza, apresenta pautas urgentes como a luta contra o racismo e o fascismo, mobilização estudantil, ação popular direta, consciência coletiva, precarização do sistema de educação e contextos de opressão socioeconômica. No elenco do filme, além de Lucas Limeira, que vive o protagonista Saulo, estão as atrizes cearenses Nicoly Mota e Larissa Góes, o ator baiano Val Perré e a atriz global e carioca Jéssica Ellen, em participação especial.
Já o livro Corupira: mau encontro, tradução e dívida colonial, do professor Alexandre Silva de Jesus nasceu a partir de estudos relacionados à entidade folclórica presente no imaginário popular (também chamado de Curupira ou Corupira), o autor revela sentidos para além da experiência histórica formal sobre a colonização. O livro se divide em: Prólogo por Rodrigo Acioli; Demônio, seu primeiro nome; Desde el ponto cero, revisto e comentado; Babel, depois, antes e além; Disposição museológica; Bibliografia; Pós-facio , um espelho quebrado, ou o anti-narciso: glosa a montante por Josias de Paula; e sobre o autor. Há diversas ilustrações ao longo do livro: máscaras e gravuras em que o Corupira foi representado e que dão uma rica atmosfera para a curadoria da obra. A editoração do livro ficou a cargo da Titivillus, editora independente dirigida por Rodrigo Acioli, que também escreveu o prólogo do livro.
Saiba mais
Cinemáfrica ao Luar é um cineclube de cinema negro e africano que acontece toda noite de lua cheia na Casa das Pretas, ponto de cultura e também residência das gêmeas Valéria e Verônica Neves Carvalho, fundadoras do GRUNEC (Grupo de Valorização Negra do Cariri) principal movimento de militância negra do Cariri Cearense. A convite delas, o NEDESA (Núcleo de Estudos de Descolonização do Saber) começou a pensar a curadoria dos filmes. A proposta de abrir a residência para as sessões de cinema negro e africano surgiu do desejo de fortalecer um espaço de trocas de saberes, de formação do olhar sobre as nossas referências negras e africanas e contra o racismo, o sexismo e todas as formas de opressão estruturadas pelo sistema colonial em suas matrizes hegemônicas de poder: branca, classista, machista e heteronormativa.
Serviço:
Projeto Cinemáfrica ao Luar – Exibição do filme ‘Cabeça de Nêgo’ e lançamento do livro Corupira: mau encontro, tradução e dívida colonial
Dia: 11/08/2022 – 18h30
Local: Terreiro das Pretas – Sitio Boa Vista, Rodovia Vicente Teles S/N, Crato/CE