Em 30 de abril de 2017, há exatamente cinco anos, o Brasil perdia um dos maiores e mais importantes artistas da sua história: Belchior.
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Cantor, compositor, produtor e instrumentista, Antônio Carlos Belchior nos deixou aos 70 anos, vítima de um aneurisma.
Cearense de Sobral, começou a carreira participando de festivais de música em sua cidade e juntou-se a um grupo de jovens compositores como Fagner e Amelinha, que se intitulavam Pessoal do Ceará.
O sucesso começou em 1971, quando Belchior venceu um Festival Universitário da TV Tupi. Seu segundo álbum, Alucinação, de 1976, é considerado um dos mais revolucionários da história da música brasileira, uma obra prima, que lançou Belchior ao estrelato, acompanhado pelo fato de duas de suas composições terem sido gravadas por Elis Regina no LP Falso Brilhante, do mesmo ano.
Belchior era um estudioso da palavra, um poeta. Suas composições inteligentíssimas e cheias de personalidade traduziam a urgência e a inquietude do jovem brasileiro de sua época. Cantava temas políticos, filosóficos, geracionais, humanos.
Em 42 anos de carreira, Belchior nos presenteou com grandes sucessos como Apenas um Rapaz Latino-Americano, Como nossos pais, A palo seco, Sujeito de Sorte, Paralelas, Na Hora do Almoço e Velha Roupa Colorida, entre tantos outros.
Dono de uma voz inconfundível e interpretação intensa, Belchior foi gravado – ao longo de sua carreira – por outros grandes nomes da música brasileira. Fizemos uma playlist mais abaixo com músicas de Belchior na sua e em outras grandes vozes da nossa MPB.
Belchior não foi apenas um rapaz latino-americano sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior. Seu legado e sua contribuição notória para o cancioneiro popular brasileiro são gigantescos.
Ele quis que seu canto torto, feito faca, cortasse a nossa carne e entrasse em nossas almas. Nos mostrou que no presente, a mente, o corpo é diferente e o passado é uma roupa que não nos serve mais. E que, apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais.
O rapaz latino americano nos ensinou que viver é melhor que sonhar. Que o que há algum tempo era jovem e novo, hoje é antigo e precisamos todos rejuvenescer. Sempre!
Belchior rejuvenesce todos os dias, atravessando gerações com sua obra necessária e imortal.