A variante Delta do coronavírus, identificada pela primeira vez na Índia, está se tornando dominante globalmente, informou nesta sexta-feira a cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan.
— A variante Delta está a caminho de se tornar a variante dominante globalmente por causa de sua maior transmissibilidade — disse Swaminathan, em entrevista coletiva.
A Grã-Bretanha relatou um aumento acentuado nas infecções com a variante Delta, e o principal funcionário de saúde pública da Alemanha previu que ela se tornará rapidamente a variante dominante no país, apesar do aumento das taxas de vacinação contra a Covid-19.
A propagação da variante Delta em Moscou provocou um aumento expressivo de casos na capital da Rússia, com um recorde informado nesta sexta-feira. Quase 90% dos novos casos na cidade são provocados por esta cepa, anunciou o prefeito da capital russa, Serguei Sobianin.
Resultados da CureVac
Swaminathan também expressou desapontamento com o resultado do ensaio da vacina candidata contra a Covid-19 da CureVac, que falhou em atender ao padrão de eficácia da OMS, em particular porque as variantes altamente transmissíveis aumentam a necessidade de novos imunizantes eficazes.
Variantes do coronavírus foram citadas pela CureVac quando a empresa alemã relatou esta semana que sua vacina provou ser 47% eficaz na prevenção da Covid-19, abaixo do referencial de 50% da OMS.
A empresa disse que documentou pelo menos 13 variantes circulando entre sua população de estudo.
Como os imunizantes da Pfizer/BioNTech e Moderna, que usam tecnologias semelhantes, de RNA mensageiro, apresentaram taxas de eficácia superiores a 90%, Swaminathan disse que o mundo esperava mais da candidata da CureVac.
— Não podemos presumir que todas as vacinas de mRNA são iguais, pois cada uma tem tecnologia ligeiramente diferente — disse Swaminathan, acrescentando que a surpresa no resultado ressaltou a importância de testes clínicos robustos para novos produtos.
Fonte: O Globo (Com agências internacionais)