A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e o Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) desenvolveram um teste capaz de detectar as novas variantes da Covid-19 em tempo real. Trata-se do RT-PCR, que foi usado em 87 amostras já sequenciadas do Sars-CoV-2.
Além de apresentar um resultado mais rápido, o teste detecta as linhagens ou variantes do vírus que tenham origem nas mutações já descobertas até o momento ou que sejam novas, o que ajuda muito no avanço das pesquisas sobre o coronavírus.
Os testes começaram a ser realizados no Carnanval, em um grupo de 500 pessoas, e 70% delas tiveram resultado positivo para a variante brasileira P.1.
Segundo o vice-diretor de Pesquisa e Inovação da Fiocruz Amazônia, Felipe Naveca, o teste é inovador e garante resultados confiáveis.
“A Fiocruz já tem uma decisão de incluir esse ensaio no diagnóstico, então, além do diagnóstico dizendo se é Sars-CoV-2 ou não, também será incluída a diferenciação para avaliar se é uma das três variantes de importância”, explicou Naveca em nota.
Estados mais críticos serão os primeiros a receber o teste
Os testes ainda não foram produzidos em quantidades suficientes para atender a todos os estados. Portanto, os que se encontram em situação mais crítica vão receber o material primeiro.
O Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM) será o primeiro a usar o teste, seguido por Rondônia, Roraima, Mato Grosso do Sul, Ceará e Rio de Janeiro.
“A gente não tem condições de atender a todos nesse primeiro momento porque a quantidade dos insumos comprados não é suficiente para mandar para o Brasil inteiro, mas com essa validação em escala maior, poderemos ter isso em maior quantidade”, afirma Naveca.
Novas variantes
Até o dia 20 de fevereiro de 2021, as secretarias estaduais de saúde registraram 204 casos de variantes do SARS-CoV-2 no Brasil. A informação foi confirmada pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Deste total, 20 casos são da variante do Reino Unido e 184 da variante brasileira, que surgiu no Amazonas. Ainda não há casos confirmados de pessoas infectadas com a cepa da África do Sul.
Fonte: Seleções