O avião que transporta os dois milhões de doses da vacina de Oxford produzidas no Instituto Serum, na Índia, chegou ao Rio de Janeiro, às 22h. De forma simbólica, a aeronave foi batizada ao pousar no Aeroporto do Galeão. As vacinas serão transportadas, com escolta da Polícia Federal (PF), para o depósito da Fiocruz.
Pouco antes, por volta das 21h40, chegou o avião que levava a comitiva do Governo Federal, entre eles o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, chanceler Ernesto Araújo e embaixador da Índia no Brasil, Suresh Reddy. A presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, também está presente.
As doses da vacina Oxford/AstraZeneca, chegaram ao Brasil em um avião da Emirates que veio da Índia e pousou hoje no Aeroporto de Guarulhos (SP) por volta das 17h27. Após os trâmites alfandegários, a carga seguiu em aeronave da empresa Azul ao aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. As vacinas foram produzidas pelo laboratório indiano Serum e compradas pelo Ministério da Saúde.
Em São Paulo, a carga também foi recebida pelo general e ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, pelo chanceler Ernesto Araújo e pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria.
Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou o Twitter para agradecer ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, pela liberação da exportação das vacinas. “O Brasil sente-se honrado em ter um grande parceiro para superar o obstáculo global. Obrigado por nos auxiliar com as exportações de vacinas da Índia para o Brasil”, escreveu o presidente.
Bolsonaro também usou as redes sociais para celebrar a chegada da vacina em território brasileiro.
Atraso na importação da vacina
Um avião da Azul deveria buscar as doses e era esperado para retornar ao País até o último domingo (17). Contudo, a aeronave que iria ao país asiático buscar o produto nem chegou a decolar e, por isso, o governo federal se apressou para solicitar na sexta, 15, seis milhões de doses da Coronavac, do Butantan, para começar a campanha de vacinação. Tanto a vacina da AstraZeneca/Oxford quanto a Coronavac tiverem o uso emergencial aprovado ontem pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Autoridades indianas teriam ficado incomodadas como a divulgação da informação feita pelo governo brasileiro sobre a importação da vacina, mesmo antes do país ter começado a sua própria imunização.
Após ser criticado por sua atuação, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recebeu no início da semana o embaixador indiano no Brasil, Suresh K. Reddy, para uma reunião no Palácio do Planalto. O objetivo era tentar contornar a saia justa.
Um incêndio ocorrido na manhã de ontem atingiu o Instituto Serum, que produz a vacina contra a Covid-19, em Pune, na Índia. Cinco pessoas morreram. Mas, segundo a direção da instituição, que é a maior fabricante de vacinas do mundo, os imunizantes contra o coronavírus não foram atingidos.
“As cinco pessoas que morreram eram talvez os trabalhadores do prédio em construção. A causa do incêndio ainda não foi apurada, mas especula-se que a soldagem, que estava acontecendo no prédio, causou o incêndio”, afirmou o prefeito, Murlidhar Mohol.
A vacinação teve início no último domingo (17), mas foi dividida em três etapas porque não há doses suficientes para imunizar a população. Na primeira etapa, a prioridade é vacinar profissionais de saúde que atuam na linha de frente no combate à Covid-19, índios aldeados e idosos e deficientes que vivem em instituições. Foram distribuídas 6 milhões de doses da Coronavac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Entretanto, são necessárias 31,1 milhões de doses para atender a todos deste grupo.
O Ministério da Saúde estima que a vacinação durará o período de 12 meses, a contar do início da primeira fase, para que haja vacinação de brasileiros fora dos grupos prioritários.
Fonte: UOL