No final de março, o Ministério da Saúde ampliou a aplicação da quarta dose para idosos a partir de 80 anos. Como estados e municípios têm autonomia para adotar medidas contra a Covid-19, diversas unidades federativas já haviam se antecipado e ampliaram o segundo reforço para todos os idosos a partir de 60 anos de idade.
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Alguns foram além e incluíram profissionais de saúde, independente da idade. O cronograma do Rio, por exemplo, prevê a quarta dose para todos os adultos.
Todas essas diferenças geram dúvidas não só sobre o público-alvo, mas também sobre o intervalo de aplicação. O Ministério da Saúde recomenda um intervalo mínimo de quatro meses entre o primeiro e o segundo reforço. Estudos mostram que a proteção conferida pela vacina começa a cair entre quatro e seis meses após a aplicação.
De acordo com o geneticista Salmo Raskin, diretor do Laboratório Genetika, de Curitiba, é consenso que a quarta dose deve ser aplicada quatro meses depois da terceira para quem tem mais de 80 anos.
— Essas pessoas naturalmente têm a senescência celular e, por isso, estariam realmente desprotegidas depois de quatro meses da terceira dose e porque o estudo de Israel, o único já publicado sobre o assunto, mostrou que nesse intervalo, há aumento da proteção. Isso não significa que não ter proteção nenhuma, mas ela cai muito justamente em um grupo mais vulnerável às complicações da doença — explica o médico.
Para os demais públicos, até mesmo imunocomprometidos, não há consenso. Ao menos não em relação à faixa etária que poderia realmente se beneficiar de um segundo reforço.
— Não se sabe se pessoas com o problema e menos de 60 anos precisam do reforço — diz Raskin.
Apesar da controvérsia, no Brasil, o Ministério da Saúde também liberou a quarta dose para todos os indivíduos imunocomprometidos, a partir de quatro meses após o primeiro reforço. Além disso, especialistas ouvidos acreditam que ampliar a quarta dose para idosos a partir de 60 anos e para pessoas imunocomprometidas, é necessário. Em especial no Brasil, onde muitas dessas pessoas receberam a CoronaVac, uma vacina que confere proteção por menos tempo, em especial em pessoas com dificuldade no sistema imunológico.
Segundo Raskin, a orientação prática mais aceita atualmente em relação ao intervalo mínimo para a quarta dose em pessoas com mais de 60 e menos de 80 anos é de seis meses.
— A princípio, esse esquema parece oferecer melhor proteção porque a pessoa esperaria todo o efeito de imunização da terceira dose para então aplicar a quarta — afirma o médico.
Imunidade híbrida
Mas e quem pegou Covid entre a terceira e quarta dose? Deve esperar quanto tempo? A recomendação atual é esperar um mês após a infecção para tomar a vacina. Mas, na terça-feira, a diretora dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC), Rochelle Walensky, disse que pessoas que estão elegíveis à quarta dose e foram infectadas pelo coronavírus no intervalo entre os reforços podem esperar de dois a quatro meses após a infecção para receber a injeção extra.
Diversos estudos já mostraram que a proteção híbrida, conferida pela vacina e pela infecção do vírus, protege mais do que apenas a vacina. Mas essa é a primeira vez que o CDC admite que a imunidade natural poderia substituir a imunidade induzida pela vacina, mesmo que apenas temporariamente.
— Se você teve doença [causa pela] ômicron nos últimos dois ou três meses, isso realmente impulsionou seu sistema imunológico muito bem — disse Walensky.
Para Raskin, a recomendação faz sentido.
— A cada dia que passa, fica mais evidente que a imunidade híbrida é super importante. Países como a Coreia do Sul, onde a proteção focou na vacinação e poucas pessoas contraíram a doença, sofreram barbaridade com a ômicron. Isso mostra que só a vacina também não é o melhor dos mundos. Daí vem esse conceito de que em pessoas com três doses, a infecção pela ômicron funcionaria como um reforço — ressalta o médico.
Brasil encerra semana com média móvel de mortes abaixo dos 200
O Brasil está há uma semana com a média móvel de mortes por covid-19 em queda. Nesta sexta-feira (8), o índice ficou em 160, acompanhando a tendência dos últimos dias.
Comparando com o resgistrado na sexta-feira da semana passada (1º), o país teve queda de 21%.
A média móvel de casos, que era de 24.701 no primeiro dia do mês, está em 21.257 (-13%), a menor desde o dia 6 de janeiro deste ano.
Segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), o país registrou nas últimas 24 horas 149 mortes e 30.212 casos da doença.
Desde o início da pandemia, 149 pessoas morreram, e 30.123.963 exames tiveram resultados positivos. Em razão de um feriado regional, o balanço considerou os dados reportados pelo Mato Grosso ontem.
Fonte: Agência O Globo (Com informações de iG)