A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) prevê pagar R$ 59,4 milhões pela importação de 2 milhões de doses prontas da vacina desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca e pela Universidade de Oxford. O imunizante deverá ser trazido da Índia, onde é produzido pelo Instituto Serum – um dos centros capacitados pela AstraZeneca para a produção da vacina.
A informação foi confirmada pelo G1 com a própria Fiocruz. Segundo a fundação, cada dose comprada do Instituto Serum irá custar US$ 5,25, que é o valor da vacina pronta. O valor por unidade é o mesmo que o Serum prevê disponibilizar a vacina no mercado.
A Fiocruz acrescentou que os R$ 59,4 milhões também deverão cobrir operação, armazenagem e transporte dos imunizantes – por isso há uma diferença entre o valor pago por cada vacina e o total desembolsado pela fundação para adquirir os itens.
Em nota conjunta divulgada nesta terça-feira (5), os ministérios de Relações Exteriores e da Saúde afirmam que as negociações entre a Fiocruz e o Instituto Serum estão em “estágio avançado”, e as pastas acrescentam que “a provável data de entrega dos imunizantes será em meados de janeiro”.
Reunião discute uso emergencial
Também nesta terça, em paralelo às negociações para compra das vacinas, a Fiocruz divulgou que técnicos da fundação e da AstraZeneca se reuniram com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para “discutir o pedido de uso emergencial das 2 milhões de vacinas prontas”.
No encontro, a Fiocruz afirma que se tratou do detalhamento de documentos que devem ser apresentados quando o imunizante for submetido à aprovação da Anvisa.
A fundação explicou que o objetivo é fazer um alinhamento para “garantir que os dados sejam submetidos de acordo com os requisitos estabelecidos pela Agência, para que a avaliação ocorra o mais rapidamente possível”.
Anvisa aprova importação
No sábado (2), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um pedido feito pela Fiocruz para importação excepcional de 2 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca.
No dia 23 de outubro, a Anvisa já tinha autorizado a importação de 6 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e testada no Brasil em parceria com o Instituto Butantan.
No pedido feito pela Fiocruz, a indicação é que as vacinas cheguem ao país ainda em janeiro. Segundo a agência, a importação é considerada excepcional porque o imunizante ainda não foi submetido à autorização de uso emergencial ou registro sanitário.
Fonte: G1