Durante o mês de maio, o Ceará contou com uma média diária de 2.804 casos confirmados de Covid-19, além de 60 óbitos por dia, registrando as menores taxas desde fevereiro deste ano. As informações são do IntegraSUS, portal de transparência da Secretaria da Saúde (Sesa), com última atualização na segunda-feira (31).
Os municípios que têm, em maio, as maiores incidências de casos confirmados da Sars-Cov-2 por 100 mil habitantes são Mucambo (3.453,3); Iracema (2.944,7); Crateús (2.923,8); Ibicuitinga (2.794,4); Itaiçaba (2.772,5); Aracoiaba (2.678,6); Pereiro (2.661,4); Moraújo (2.567,6); Alto Santo (2.542,9) e Baturité (2.472,7).
Além disso, o grupo mais afetado com infecções confirmadas foi o de mulheres na faixa etária de 35 a 39 anos (5.449); de 30 a 34 anos (5.307); de 25 a 29 anos (5.240) e de 40 a 44 anos (4.807). Em seguida, estão os homens de 35 a 39 anos (4.549); as mulheres de 20 a 24 anos (4.477) e os homens de 25 a 29 anos (4.439).
Em 2021, o mês de abril registrou os maiores índices da doença, contando com uma média diária de 4.387 novas infecções e 113 mortes; seguido pelo mês de março, com 4.026 casos e 104 óbitos diários. Já fevereiro dispôs de 2.386 ocorrências e 38 falecimentos. As menores taxas foram em janeiro, com 1.340 infecções e 17 óbitos diários.
De acordo com a epidemiologista, pesquisadora e professora da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Thereza Magalhães, o cenário atual de queda de casos e óbitos diários do coronavírus se dá devido ao decaimento exponencial da curva da segunda onda depois do pico epidemiológico.
“No entanto, eles [dados] podem voltar a subir na terceira onda, caso haja uma alta circulação do vírus, com as pessoas indo às ruas sem, muitas vezes, adotar as medidas de distanciamento social e o uso de máscaras adequadas, além da vacinação lenta.”
Thereza Magalhães, epidemiologista e professora da Uece
Terceira onda é provável
A professora da Uece ressalta ainda que, com a circulação “normal” de pessoas após a flexibilização das atividades no Estado, é provável que haja uma terceira onda de casos, com um pico estimado para a metade de agosto deste ano.
“No entanto, como normalmente, próximo ao platô e ao pico [da onda], são adotadas medidas de fechamento [lockdown] para que o serviço de saúde consiga dar conta do atendimento desses casos, eu acredito que isso [terceira onda] possa ser adiado para setembro”, esclarece a epidemiologista.
Os cuidados continuam
Magalhães destaca também que os cuidados de prevenção ao vírus devem permanecer – mesmo entre a população que já foi vacinada – para garantir a proteção de todos, visto que as vacinas não blindam 100% as pessoas de infecções, elas aumentam a proteção do sistema imunológico.
“É como se a vacina fosse um colete a prova de balas, mas dependendo do calibre da bala ela ainda pode perfurar o colete e matar, dependendo da qualidade do colete também.”
Thereza Magalhães, epidemiologista e professora da Uece
“O que é comum, na grande maioria das vacinas aprovadas até agora, é a proteção pros casos graves e óbitos, que tendem a diminuir. No entanto, [as pessoas] ainda podem adoecer, levar o vírus para casa e gerar a morte de alguém da família que não tá vacinado”, alerta Thereza.
Neste contexto, a probabilidade de uma pessoa imunizada adquirir a doença vai depender de uma série de fatores: “se eu sou uma pessoa que durmo e como bem; que sempre tomo vitamina C; se eu tenho hábitos saudáveis; se eu uso máscaras de boa qualidade e que realmente me protejam; se eu mantenho o distanciamento social das pessoas; se eu saio só em caso de necessidade; entre outros”, conforme diz a especialista.
Vacinômetro no Ceará
Até domingo (30), o Estado aplicou 2.661.294 doses de imunizantes contra a Covid-19. Destes, 987.745 foram destinados à D2.
Fonte: Diário do Nordeste