Chegou ao Brasil, na noite desta quarta-feira (3), o avião transportando 5,4 mil litros de insumos para produção da CoronaVac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. As doses chegaram no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), às 23h46, em um voo da China.
Além das equipes do aeroporto, a Receita Federal, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Polícia Federal participam da operação para liberação da carga. O processo de descarregamento e cumprimento de trâmites burocráticos deve durar cerca de 30 minutos, informou Viracopos.
O desembarque contou com a presença do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), do secretário de Saúde do estado, Jean Gorinchteyn, e do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas. O material deve deixar o terminal com destino a São Paulo às 10h desta quinta (4).
Produção do imunizante
Esse é o primeiro lote de insumos que o Butantan recebe neste ano. O instituto afirma que, com a matéria-prima, produzirá, em 20 dias, cerca de 8,6 milhões de doses do imunizante, que serão envasadas, embaladas e rotuladas na capital.
De acordo com o Butantan, as vacinas produzidas a partir desse lote de matéria-prima começarão a ser entregues ao Ministério da Saúde no próximo dia 25. Em coletiva de imprensa na semana passada, o diretor do instituto disse que outros 5,6 mil litros estão em processo “avançado de liberação” pelo governo chinês e devem chegar até a próxima quarta (10).
A previsão do Butantan é receber, até abril, o total de insumos necessários para produção das 46 milhões de doses contratadas. Desse total, seis milhões foram importadas prontas da China.
Doses adicionais
Após confirmação do governo federal, o instituto informou que segue em negociação para o recebimento de mais oito mil litros de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA), a fim de cumprir o contrato com o Ministério da Saúde e produzir 54 milhões de doses adicionais da CoronaVac.
A resposta do governo federal ocorreu após questionamento do Butantan, que chegou a dizer que, se o governo não se manifestasse, negociaria diretamente com estados e municípios. O diretor do instituto, Dimas Covas, afirmou ainda que o lote poderia ser exportado para países que já manifestaram interesse na compra.
Eficácia da vacina
Os testes no Brasil, conduzidos pelo Instituto Butantan, apontaram uma eficácia de 50,38% da CoronaVac. Além disso, a vacina tem eficácia de 78% para casos leves, que exigem algum cuidado médico, e nenhum dos vacinados ficou em estado grave, foi internado ou morreu.
O imunizante teve 91,25% de eficácia em uma análise preliminar dos resultados na Turquia e 65,3% na Indonésia. Ao justificar as diferentes taxas de eficácia, a farmacêutica chinesa afirmou que os países usaram vacinas do mesmo lote em seus estudos, mas os protocolos de teste não eram idênticos.
Fonte: G1