Com o início da vacinação em território nacional , a intenção de participar da campanha de imunização contra a Covid-19 também cresceu, indica pesquisa divulgada pelo Datafolha neste sábado (23). Em dezembro, 73% das pessoas ouvidas pelo instituto diziam que pretendiam se vacinar. Esse número cresceu para 79% neste mês.
A proporção de pessoas ouvidas que pretendem se vacinar, entretanto, é menor que em agosto, quando 89% disseram que se vacinariam. Nos últimos meses, foram apresentados dados de eficácia das vacinas . Além disso, o governo federal, sobretudo o presidente Jair Bolsonaro , minimizaram a importância das vacinas, destacando a possibilidade de “tratamentos precoces” com ivermectina e cloroquina , medicamentos cuja eficácia contra o novo coronavírus (Sars-Cov-2) não foi comprovada.
Segundo Datafolha, outros 17% das pessoas dizem que não pretendem se vacinar e 4% não sabem. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O crescimento ocorre em meio à autorização do uso emergencial de duas vacinas no país, a CoronaVac , produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan , e a Covishield, desenvolvida pela Universidade de Oxford com a AstraZeneca. No último dia 17, a primeira pessoa foi vacinada em São Paulo . No dia seguinte, começou a campanha nacional de imunização. Até este sábado, 120 mil pessoas já tinham sido vacinadas apenas no Estado de São Paulo.
Nesta sexta-feira (22), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( Anvisa ) autorizou também o uso emergencial das doses da CoronaVac produzidas no país. Inicialmente, o Instituto Butanan havia estimado em 4,8 milhões o número de doses produzidas no país.
Segundo o órgão, entretanto, após o processo de envase e conferência de lote, o número de doses produzidas no seu complexo fabril foi de 4,1 milhões.
“Desse total, 900 mil doses foram imediatamente destinadas nesta sexta-feira, 22/1, ao Programa Nacional de Imunizações. As demais doses serão enviadas tão logo passem por inspeção de controle de qualidade”, afirmou o Butantan.
Casos sobem e população vê doença fora de controle
Nesta sexta-feira, o Brasil ultrapassou as 215 mil mortes causadas pela Covid-19 em menos de um um ano desde a chegada do vírus no Brasil . Foram contabilizados 1.071 novos óbitos nas últimas 24 horas, chegando a 215.299 vidas perdidas desde o início da pandemia, segundo o boletim dos veículos de imprensa. O levantamento também indicou 55.319 novas ocorrências da enfermidade, totalizando 8.755.133 contágios na história da doença no país.
Nas últimas semanas, principalmente após as aglomerações registradas nas festas de final de ano, o número de novos casos e mortes voltou a subir, retornando aos patamares observados no auge da doença.
Segundo o Datafolha, 62% considera que a pandemia está fora de controle no Brasil. Apenas 3% das pessoas ouvidas pelo instituto acreditam que o surto está “totalmente controlado”. Para 33% dos adultos que participaram da pesquisa, a Covid-19 está controlada parcialmente.
Fonte: iG