No alvorecer tranquilo, quando o sol desponta no horizonte e pinta o céu com seus tons dourados, é quando os versos da saudade se entrelaçam suavemente aos primeiros raios de luz. Não precisam de penumbra para se fazerem presentes; eles habitam cada cantinho da memória, despertando emoções adormecidas.
Esses versos são como fios de nostalgia que tecem a tapeçaria da nossa história, entrelaçando passado e presente em um intricado emaranhado de sentimentos. Eles nos transportam para momentos que já se foram, mas que permanecem vivos em nossos corações, como páginas amareladas de um livro antigo.
Há uma melancolia doce nesses versos, uma mistura de tristeza e gratidão pela experiência vivida. Eles nos fazem sorrir ao lembrar dos dias felizes e nos fazem chorar pela saudade dos que já não estão mais ao nosso lado. São versos que pulsam com a intensidade da vida, mesmo quando essa vida parece estar distante.
Quando a brisa da manhã acaricia suavemente o rosto e o cheiro das flores emana pelo ar, é como se os versos da saudade se tornassem ainda mais presentes, como se cada perfume, cada som, cada cor, fosse um lembrete das emoções que nos acompanham ao longo da jornada.
E assim, enquanto o mundo desperta para mais um dia de possibilidades, os versos da saudade nos lembram da preciosidade do tempo, da importância de cada momento vivido e de cada pessoa que cruzou o nosso caminho. São versos que celebram a vida em toda a sua complexidade, tornando-a mais rica, mais profunda, mais humana.
Por Mirta Lourenço. Médica, professora, cronista e poetisa
*Este texto é de inteira responsabilidade da autora, e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri