O urbanismo sustentável é um movimento que busca implementar o crescimento responsável das cidades integrando sistemas humanos e naturais através da contribuição detalhada e guiada a passos específicos. Esse trabalho é feito por planejadores urbanos, arquitetos, engenheiros, empreendedores e profissionais do setor administrativo das cidades que realizam um trabalho coordenado e de ampla visão abrangendo reformas econômicas, sociais e ambientais.
São muitos os desafios para a implantação do urbanismo sustentável quando se refere à adoção de novas práticas visto a dificuldade do público em reconhecer o termo e entender sua complexidade. Fazer pessoas compreenderem os impactos e as responsabilidades a que muitos estilos de vida estão atrelados, é certamente um desafio, mas precisa ser levado ao senso comum.
A melhor maneira de ensinar sobre o urbanismo sustentável é apresentando exemplos cotidianos de lugares onde já se aplicam práticas sustentáveis e os inúmeros benefícios revertidos diretamente para a comunidade e o meio ambiente, tais como: utilização de energias alternativas, preservação dos recursos históricos e reservas ecológicas, construção sustentável e alternativas para locomoção urbana. A abordagem e as informações podem ser apresentadas através de fotografias e representações gráficas revelando as diferenças de desempenho entre as práticas urbanistas convencionais já existentes e o novo planejamento.
O urbanismo sustentável é certamente uma proposta atraente por oferecer oportunidades comerciais viáveis e defender o desenvolvimento do tecido urbano com compacidade, totalidade e conecto com a biofilia. O comprometimento com as relações sociais e ambientais exigem a criação de espaços acessíveis a pé, com densidades que apresentem variedade de edificações e serviços de modo a fortalecer os relacionamentos na comunidade, além de preservar áreas de mata virgem.
A sustentabilidade não está atrelada apenas a edificações com selos de certificação de qualidade. Construir projetos de desempenho energético em áreas ainda não urbanizadas, criando um contexto de dependência de automóveis, não a torna viável. Por isso a importância da integração de vários profissionais e setores a fim de conectar áreas já existentes com novas áreas a serem urbanizadas. Antes da construção de grandes empreendimentos é preciso estar certo de que estas novas regiões serão cobertas por uma infraestrutura de qualidade com serviços de transporte público, rede e distribuição de energia, água, rede de esgoto e estejam próximos a serviços já presentes como o comércio, próximo às instituições de ensino e áreas de lazer.
É interessante evitar a construção de empreendimentos genéricos. A volumetria, forma e o caráter das edificações devem condizer com o tecido urbano e este deve apresentar modais de transporte e serviços de modo sustentável estimulando a conectividade, o senso de lugar, fortalecendo os círculos sociais e o contato cotidiano nas ruas.
Inspirado em: FARR Douglas/Urbanismo Sustentável
Por Gabriela Gomes. Apaixonada pela Arquitetura e o Urbanismo. Acredita em uma arquitetura participativa como uma ferramenta capaz de provocar mudanças e promover a inclusão social. Por um Urbanismo sustentável e inteligente. Juazeirense, reside atualmente em San Jose, CA
*Este texto é de inteira responsabilidade da autora e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri