No vasto tecido do universo, onde cada linha traçada é um fio delicado de destinos entrelaçados, a vida humana se desenrola em uma trama tão intricada quanto delicada. É como se cada ser fosse um equilibrista habilidoso, caminhando na tênue linha entre a existência e o desconhecido, entre a luz e a escuridão.
Nesta jornada efêmera, somos confrontados com a fragilidade da vida e a sua imprevisibilidade. A cada passo, enfrentamos encruzilhadas onde as escolhas moldam nosso caminho, onde o destino parece oscilar entre o capricho do acaso e a firmeza do destino.
Na linha tênue da vida, encontramos momentos de pura efervescência, onde o coração pulsa com alegria desenfreada, onde os sorrisos transbordam e os sonhos ganham asas. Mas também nos deparamos com sombras densas, onde a dor e a tristeza lançam seus véus sobre nós, desafiando nossa resiliência e testando nossa força interior.
É como se estivéssemos constantemente equilibrando pratos, tentando manter o delicado equilíbrio entre nossas aspirações e nossas limitações, entre nossas conquistas e nossas perdas. Às vezes, esse equilíbrio parece tão frágil, tão próximo de se romper, que nos vemos à beira do abismo, contemplando a vastidão do desconhecido que se estende diante de nós.
No entanto, é precisamente nesses momentos de incerteza e vulnerabilidade que descobrimos a verdadeira essência da vida. Encontramos força na fragilidade, esperança na adversidade e significado nas pequenas coisas que compõem o tecido da existência humana.
E assim, seguimos adiante, traçando nossos destinos na tênue linha da vida, sabendo que, embora frágil e efêmera, nossa jornada é permeada por uma beleza indescritível. Pois é na impermanência, na fugacidade do momento presente, que encontramos a verdadeira essência da vida – um sussurro suave que ecoa através dos tempos, lembrando-nos da preciosidade de cada respiração, de cada batida do coração, de cada passo ao longo dessa trilha efêmera e magnífica que chamamos de vida.
Por Mirta Lourenço. Médica, professora, cronista e poetisa
*Este texto é de inteira responsabilidade da autora, e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri