A Polícia Federal deflagra nesta quinta-feira (8), a operação “Tempus Veritatis” – do latim: tempo da verdade e em português bem “dizido”: se lascou – e bate às portas das muralhas do jerico ex-presidente Jair Bolsonaro e da sua Jericó, feita de mentiras, patifarias e sonhos de padaria.
No pacote aditivado da PF tem 4 mandados de prisões. Já estão dando trabalho aos seus advogados: Filipe Martins, Rafael Martins de Oliveira e Marcelo Costa Câmara. Os três já estão de posse dos seus adereços de carnaval, algemas tardias, mas algemas. Foram presos sem resistência. Os três são assessores diretos do inelegível.
Felipe Martins é ex-assessor especial para assuntos internacionais de Jair Bolsonaro, estava foragido, entrou para o BBB nazista do clã ao fazer gesto supremacista no Senado, mas não resistiu ao paredão da Federal. Marcelo Câmara é coronel da reserva do Exército, tem a reputação de negociador da retomada das joias no propinoduto das privatizações. Rafael Martins é major do exército e também ex-assessor da Coisa.
A operação “Tempus Vitatis” tem 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares. Também estão na mira da PF os baluartes do nazifascismo bolsonarista: Braga Netto, Augusto Heleno, Valdemar Costa Neto, Paulo Sérgio Nogueira, Anderson Torres, e o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier. Todos continuam soltos, menos os menores, os mínimos, os pequerruchos da mamãe republiqueta.
Nesse caso, a consciência interna da sujeirada põe em dúvida a eficácia das mentiras canalhas dadas como evasivas esfarrapadas, e quando os mandados são apresentados na cara, os covardes choram, com várias partes do corpo contraídas e mãos segurando várias tampas de lata de lixo, prontas para serem expelidas na história. Entre os golpistas, quem soltou a mão de quem? Isso já não importa mais.
O messias das milícias e das milícias da teocracia neopentecostal tem 24h para entregar o passaporte. Se ele está prestes a participar de cultos terrivelmente evangélicos em espaços ocupados por pastores na Papuda, isso ainda é uma incógnita. Mas que bateu uma brisa de satisfação, bateu.
Entre o aceno patético para o nada de Bolsonaro, comendo sonhos e se lambuzando de cafajestada, em seu último autodocumentário diário, e a velha assertiva punguista de estar sofrendo perseguição política na novelesca declaração mexicana “me esqueçam”, eu prefiro acreditar que eu ainda não acredito no crédito da incrédula justiça brasileira. Ainda não foi preso, mas já se especula: vai soltar quando?
Por Marcos Leonel – Escritor e cidadão do mundo
*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri