Respeitável público
Sou este na corda bamba
Sob a tenda da abóbada
do mundo.
Depois que as luzes se
apagam
Sem a tinta dos disfarces
Atrás de portas fechadas
Um bicho roto
Sem sorrisos no rosto.
Trago tantos cansaços
Escondidos nos bolsos
Mas é preciso continuar
Os passos sobre a corda
bamba
Até onde, até quando
Um dia
O meu corpo morto
sob a lápide fria.
Respeitável público
Sou este
Sob a tenda da abóbada
do mundo
Um palhaço sem graça
sobre a corda bamba
Em meio ao vão dos abismo
Tentando evitar a queda.
Por Fabiano Brito. Cratense, cronista e poeta com três livros publicados: “O Livro de Eros”, “Ave Poesia” e “Lunário Nordestino” (Editora UICLAP)