Anúncio
Hospedagem de sites ilimitada superdomínios
Revista Cariri
  • Início
  • Últimas
  • Regionais
    • Crato
    • Barbalha
    • Juazeiro do Norte
    • Cariri
  • Segurança
  • Brasil
  • Política
    • Análises
  • Saúde
  • Classe A Rádio Hits
  • Rádio Forró das Antigas
  • Contato

Sem Resultado
Ver resultados
  • Início
  • Últimas
  • Regionais
    • Crato
    • Barbalha
    • Juazeiro do Norte
    • Cariri
  • Segurança
  • Brasil
  • Política
    • Análises
  • Saúde
  • Classe A Rádio Hits
  • Rádio Forró das Antigas
  • Contato
Sem Resultado
Ver resultados
Revista Cariri
Sem Resultado
Ver resultados
PUBLICIDADE

Quem desligou o oxigênio? – J. Flávio Vieira

Colunista escreve semanalmente no Revista Cariri

1 de maio de 2022
5 coisas que você jamais deve dizer para quem sofre com ansiedade

(Foto: Shutterstock)

PUBLICIDADE

Ultimamente há fenômenos novos e estranhos tomando de assalto muitas escolas no Brasil. De repente, têm se repetido episódios de crises coletivas de ansiedade em salas de aula, com jovens apresentando tremores, vômitos e desmaios. Uma espécie de histeria coletiva. Aqui mesmo no Cariri, diretores escolares têm se alarmado com sucessivas aparições destes episódios estranhos e de difícil controle. Sem falar em outros tantos, como automutilações e suicídios. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), com dados de 2016, a cada quatro segundos uma pessoa se suicida no mundo e é alarmante o aumento desta taxa entre 10 e 19 anos. Quase 8% das mortes de jovens têm uma relação direta com o suicídio. Aqui no Cariri é preocupante esta questão, basta fazer uma conta rápida das vidas infanto-juvenis perdidas e que, possivelmente, tiveram um acréscimo importante nestes tempos pandêmicos. Alguma coisa, certamente, anda errada com os rumos tomados pela humanidade, quando percebemos que aqueles que deveriam estar degustando a fase mais brilhante e dourada da vida, simplesmente se veem perseguidos por fantasmas obsessores que inexistiam completamente em gerações anteriores. Que diabos de mundo legamos aos nossos filhos e netos com uma atmosfera tão carregada e opressiva que os vem asfixiando?

Lembro bem dos colegas da minha juventude. Sofríamos dos conflitos típicos da adolescência, tínhamos nossas neuras e nossos pinéis, mas, salvo raras exceções, não deixávamos que uma nuvem simples encobrindo o sol fizesse apagar a beleza inteira de um dia. Suicídios eram raríssimos (consigo lembrar apenas de um) e, geralmente, ligados a doenças psiquiátricas mais sérias. O que mudou em apenas duas gerações? O que aconteceu com o planeta para que, de repente, a vida perdesse seu significado e o seu sabor e que tantos optem escapar pela porta dos fundos? Certamente não há explicações simples que possam ser arrancadas como coelhos de cartolas de mágicos. Vão aqui algumas reflexões que, se não atingem diretamente a mosca do alvo, ao menos somam pontos, na contagem final.

As últimas gerações têm a pele bem mais fina e sensível que a dos seus pais e avós. Submetidos os mais velhos a uma criação bem mais rígida e inflexível — não necessariamente a mais perfeita e ideal —, dividindo as atenções com muitos irmãos e irmãs, com um diálogo mais distante com os familiares diretos, os meninos e meninas tinham que se virar como podiam e precisavam criar marra desde cedo. Na escola , onde o bullying era uma instituição, tinham que vencer os obstáculos por si sós, muitas vezes com uso da força. A escola, por sua vez, mantinha um regime hierárquico rigoroso, era uma extensão da caserna doméstica. E, se o clima era opressivo, tinha que se aprender a respirar. Além de tudo, as gerações anteriores eram bem mais espiritualizadas e, reconheço, a espiritualização ajuda imensamente a tentar imprimir um sentido na vida, com a esperança, mesmo distante, da transcendência. Digo isso, sem nenhum constrangimento, do alto do morro das minhas descrenças e dúvidas.

Por outro lado, a escola deixou de ser um lugar de convivência de amigos, de deleite de pessoas que dividem os sonhos de um mesmo espaço-tempo. Estabeleceu-se uma concorrência desenfreada, separando os meninos e meninas , em batalhões e colunas. Deixaram de ser colegas e passaram a ser guerreiros, numa sucessão de puxada de tapete em busca de um lugar ao sol. Cada um por si e o isolamento e a infelicidade por todos!

Um outro agravante, com certeza, foram as exigências crescentes e redobradas da sociedade de consumo. O ser completo e feliz, segundo os novos critérios, é aquele que consome. O bacana, o bonito, o charmoso é, hoje, aquele que consegue usar as roupas e adereços de grife, o carro top, o smartphone da hora, que faz a plástica siliconizada e a harmonização da face para ficar com a cara quadrada, o queixo fino, o beiço de chapuleta e que escancara tudo nas redes sociais. Quem não conseguir traçar esse caminho tido como virtuoso é a mais desgraçada das criaturas de Deus e nem merece ficar desse lado do mundo para testemunhar sua desgraça eterna.

As novas gerações, por outro lado, têm dois mundos para viver. O real que é pouco lúdico e colorido e um outro, o planeta virtual, cada vez mais presente, fúlgido e preponderante. As estrovengas eletrônicas os teletransportam para esse novo Shangri-lá. Ali as verdades são muito mais fluidas e nunca se sabe exatamente em que terreno se está pisando. Mundos antagônicos, o virtual faz com que o real fique cada vez mais distante e insulso. Como num teatro de sombras, a vida contempla-se de um drone: faltam o toque, o cheiro, o olho-no-olho. E, quase como uma lição à vida que segue, tudo pode ser apagado, deletado com um simples toque na tela. A vida não tem glamour? É só sair dela como se sai de um site.

Alguém pode imputar, também, esse desencanto ao aumento no consumo de drogas lícitas e ilícitas, impelido pela agressividade de jogos eletrônicos, por séries de TV e sites que incentivariam, de alguma maneira o suicídio. Estas, no entanto, parecem-me razões secundárias e, talvez, mais reflexo de uma luz projetada por outros sóis.

Quando do aparecimento da montanha russa dos avanços tecnológicos digitais, alguns se perguntavam que consequências isso poderia trazer para o futuro. Hoje, talvez, dolorosamente, estejamos colhendo algumas respostas. A tecnologia nos legou um mundo mais ágil, mais prático, derrubou fronteiras geográficas e históricas. A informação foi democratizada com seus acertos e distorções. Antes de solucionar graves e incontornáveis problemas do mundo real, criamos um outro virtual aparentemente perfeito e idílico. Talvez, apenas, tenhamos esquecido de ligar o oxigênio e a meninada não está conseguindo respirar.

Por J. Flávio Vieira, médico e escritor. Membro do Instituto Cultural do Cariri (ICC)

*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri

Revista Cariri Recomenda

Os perigos silenciosos de uma noite mal dormida – Por Mirta Lourenço
Colunistas

Os perigos silenciosos de uma noite mal dormida – Por Mirta Lourenço

6 de dezembro de 2025
Três questões anuladas, uma confiança destruída – Por Mirta Lourenço
Colunistas

Três questões anuladas, uma confiança destruída – Por Mirta Lourenço

22 de novembro de 2025
Agricultores de estrelas – Por Alexandre Lucas
Colunistas

Agricultores de estrelas – Por Alexandre Lucas

20 de novembro de 2025
Ceará é o 2º estado do Nordeste com mais inscrições confirmadas no Enem 2025
Colunistas

Segundo dia do Enem: Presença, Foco e Futuro – Por Mirta Lourenço

15 de novembro de 2025
Próximos
Petrobras aumenta preço da gasolina nesta quinta-feira (12); 9ª alta de 2021

Litro da gasolina comum no Ceará chega a R$ 8,20, 6º maior preço encontrado do país

Descubra se uma pessoa tem conta no WhatsApp sem precisar salvar o número

Descubra se uma pessoa tem conta no WhatsApp sem precisar salvar o número

Com redução de casos e óbitos, número de leitos de UTI exclusivos para Covid-19 diminui no Cariri

Juazeiro do Norte zerou número de pessoas com Covid-19 no fim de abril

Mais Lidas

  • Dívidas no programa Desenrola podem ser negociadas nos Correios

    Governo confirma salário mínimo para 2026; saiba valor

  • Redução de penas que beneficia Bolsonaro e condenados pelo 8 de janeiro é aprovada na Câmara

  • União Brasil expulsa Celso Sabino após impasse sobre permanência no Ministério do Turismo

  • Investimento bilionário impulsiona infraestrutura elétrica no Ceará; cidades do Cariri serão contempladas

  • Austrália passa a exigir idade mínima de 16 anos para uso de redes sociais

© Revista Cariri - Desenvolvido por Clik Design.

Sem Resultado
Ver resultados

© Revista Cariri - Desenvolvido por Clik Design.

Controle sua privacidade
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços, personalizar publicidade e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com tal monitoramento.
Funcional Sempre ativo
O armazenamento ou acesso técnico é estritamente necessário para a finalidade legítima de permitir a utilização de um serviço específico explicitamente solicitado pelo assinante ou utilizador, ou com a finalidade exclusiva de efetuar a transmissão de uma comunicação através de uma rede de comunicações eletrónicas.
Preferências
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para o propósito legítimo de armazenar preferências que não são solicitadas pelo assinante ou usuário.
Estatísticas
O armazenamento ou acesso técnico que é usado exclusivamente para fins estatísticos. O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos anônimos. Sem uma intimação, conformidade voluntária por parte de seu provedor de serviços de Internet ou registros adicionais de terceiros, as informações armazenadas ou recuperadas apenas para esse fim geralmente não podem ser usadas para identificá-lo.
Marketing
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para criar perfis de usuário para enviar publicidade ou para rastrear o usuário em um site ou em vários sites para fins de marketing semelhantes.
Gerenciar opções Gerenciar serviços Manage {vendor_count} vendors Leia mais sobre esses propósitos
Ver preferências
{title} {title} {title}
WhatsApp chat