Não sem dizer companheiro
Quem de nós partirá primeiro
Se é sorte ou sina nosso tempo de vida
Isso nenhum saber humano ensina.
Verdade é que diante da morte
não tem sabido que lhe engane
Rico que lhe dobre com dinheiro
Não sem dizer companheiro
Quem de nós partirá primeiro
Há sempre um que parte
Sem saber como ou para onde
Perdido no infinito mistério
de vida e morte.
Além quando se cruza a linha
Em viagem a um plano imaginário
É como nau largada do porto
que se põe além, mar alto
E se some das vistas de quem fica
Guardado apenas na saudade
e lembranças de quem ficou no porto.
Não sem dizer companheiro
Quem de nós partirá primeiro
Mas partiremos nós um dia
Feitos naus deixando o porto
E sobre a terra restará apenas
Nossos corpos pó mortos
Por Fabiano Brito. Cratense, cronista e poeta com três livros publicados: “O Livro de Eros”, “Ave Poesia” e “Lunário Nordestino” (Editora UICLAP)
*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri