A proibição do uso de celulares nas escolas tem gerado debates intensos sobre seus impactos na educação e no comportamento dos alunos. Muitos especialistas defendem que essa medida melhora a concentração em sala de aula e reduz distrações, enquanto outros argumentam que pode limitar o uso pedagógico da tecnologia e dificultar a comunicação entre estudantes e familiares.
Um dos principais benefícios da proibição é a melhoria no rendimento escolar. Pesquisas indicam que o uso excessivo de dispositivos eletrônicos pode prejudicar a atenção e o desempenho acadêmico dos alunos. Com menos distrações causadas por redes sociais, jogos e aplicativos de mensagens, os estudantes tendem a se concentrar mais nas atividades pedagógicas e no aprendizado.
Além disso, a medida pode contribuir para a redução do cyberbullying e da exposição a conteúdos inadequados durante o período escolar. Muitos casos de assédio e conflitos entre alunos começam em ambientes digitais, e a restrição ao uso de celulares nas escolas pode diminuir esse problema, criando um ambiente mais seguro e saudável para todos.
Por outro lado, há preocupações sobre a forma como a proibição será aplicada e fiscalizada. Muitos professores enfrentam dificuldades em controlar o uso dos celulares dentro da sala de aula, e a falta de um consenso sobre a política pode gerar resistência por parte dos alunos e das famílias. Além disso, os dispositivos também são usados como ferramentas de aprendizado, permitindo acesso rápido a informações e materiais complementares.
Outro ponto de debate é a comunicação entre alunos e responsáveis. Para muitos pais, o celular representa uma forma de contato direto com seus filhos durante o horário escolar, especialmente em casos de emergência. A implementação da proibição exigirá alternativas que garantam essa comunicação sem comprometer a disciplina e o foco dos estudantes.
Em meio a esses desafios, é essencial que as escolas busquem um equilíbrio entre a restrição ao uso inadequado dos celulares e a integração da tecnologia como aliada da educação. A criação de regras claras e a orientação dos alunos sobre o uso responsável dos dispositivos podem ser estratégias mais eficazes do que uma proibição total, garantindo tanto a qualidade do ensino quanto a adaptação ao mundo digital.
Por Mirta Lourenço. Médica, professora, cronista e poetisa
*Este artigo é de inteira responsabilidade da autora, e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri










