Na era da informação instantânea, somos bombardeados por um turbilhão de notícias, artigos e vídeos que disputam pela nossa atenção. É como se estivéssemos em um imenso mercado, onde vendedores inescrupulosos tentam nos empurrar produtos duvidosos, disfarçados sob o manto sedutor da veracidade.
Nesse cenário, as fake news se tornaram os vendedores mais ardilosos, sussurrando mentiras em nossos ouvidos e nos fazendo acreditar em narrativas distorcidas. Como consumidores ávidos por novidades, muitas vezes nos deixamos levar pela tentação de compartilhar sem questionar, de aceitar sem duvidar, alimentando assim o ciclo pernicioso da desinformação.
Mas, como discernir entre o verdadeiro e o falso nesse emaranhado de informações contraditórias? É como encontrar uma agulha em um palheiro digital, onde a verdade está oculta sob camadas de engano e manipulação.
Por que devemos combater as fake news? Porque elas corroem os pilares da democracia, minam a confiança na imprensa e distorcem a realidade, alimentando conflitos e divisões. Porque, ao acreditar cegamente em cada rumor que circula pelas redes sociais, nos tornamos marionetes nas mãos dos manipuladores da informação, perdendo nossa autonomia e capacidade de discernimento.
Ao combater as fake news, defendemos não apenas a verdade, mas também a nossa própria liberdade. Pois é na busca pela verdade que encontramos o poder de fazer escolhas informadas, de construir um mundo mais justo e transparente.
É por isso que devemos ser como os artesãos da verdade, tecendo cuidadosamente cada fio de informação, separando o trigo do joio com paciência e diligência. Devemos olhar além das manchetes sensacionalistas, além das imagens manipuladas, além das narrativas tendenciosas, e buscar a essência da verdade que reside no cerne de cada história.
Devemos lembrar que a verdade nem sempre é espetacular, nem sempre é viral, nem sempre é conveniente. Às vezes, é discreta, é complexa, é incômoda. Mas é somente através dela que podemos construir um entendimento sólido do mundo que nos cerca, um entendimento baseado em fatos e não em ficções.
Portanto, que estejamos sempre vigilantes, como guardiões da verdade, prontos para desmascarar as mentiras que tentam nos enganar. Que cada compartilhamento seja precedido por uma pausa reflexiva, uma pesquisa diligente e um senso de responsabilidade. Pois, somente assim, poderemos navegar com segurança neste vasto mar de informações, rumo a um horizonte onde a verdade brilha como um farol, guiando-nos em direção a um futuro mais esclarecido e justo.
Por Mirta Lourenço. Médica, professora, cronista e poetisa
*Este texto é de inteira responsabilidade da autora, e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri