Hipertexto “é o termo que remete a um texto em formato digital, ao qual se agregam outros conjuntos de informação na forma de blocos de textos, palavras, imagens ou sons, cujo acesso se dá através de referências específicas denominadas hiperlinks, ou simplesmente links.”
Pode ir lá no Wikipédia, qualquer pessoa vai entender. Agora o que muita gente não compreenderá, especialmente os mais estruturalistas, tradicionalistas, pragmáticos etc e tal, é que tudo isso nasceu no Sertão, nas quebradas, na linguagem sertaneja.
Vejamos, quando se chega em qualquer povoado do Sertão, numa conversa qualquer entre os habitantes dessa região o que se ouve são diálogos do tipo: – Zé, você conhece Chico? Que Chico? Chico de Zefinha? – Não! Chico de Zabé, filha de Toin dos bodes, o machante! – Ah! Sei, não é aquele que trabaiava com o coronel Doca? – Coronel Doca do ingein véi? – Não, aquele que mandou matar os trabaiadô no eito com medo de perder as terras! – Perder as terras? – É, você não lembra? O pessoal parou de trabaiá na vacaria e resorvero montá barraca na plantação de capim, ai o coroné mandou chamá o jagunço Pedrão, que vivia com aquela mulher que enviuvou de Zé barbeiro que o Pedrão mermo matou! – Ah! Lembro! Desse Pedrão ai, Né o que é primo do Zé Costino? – Sim, Zé Costino, coitado, que teve a família toda dizimada no Sertão dos Apodis, – Apodi do Rio grande? – Sim! Soube que a seca de lá foi a mais terrive, o povo vinha direto pras terras do meu padin pade Ciço, padroeiro do Sertanejo. Juazeiro da romaria de Nossa Sinhora das Dores. – Ô Juazeiro quente danado! Mas me diz – Esse Chico ai que você fala é o que tem um irmão chamado Ciço? – É ele mermo! – Sei! – O que teve com ele? – Nada! Era só pra saber se tu conhecia!
Por Francinaldo Dias. Professor, cronista, contador de “causos” e poeta
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