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O Homem Invisível e o cachorrinho caramelo – Por J. Flávio Vieira

Colunista escreve semanalmente no Revista Cariri

4 de setembro de 2022
O Homem Invisível e o cachorrinho caramelo – Por J. Flávio Vieira

(Foto: Divulgação)

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Uma ONG, em São Paulo, distribui quentinhas para moradores de rua. Nos últimos tempos, a fome, a miséria, a morte aos poucos, de tão frequentes e inacabáveis, passam a ser parte natural da paisagem urbana e ganham uma triste aura de normalidade. As doações, no auge da pandemia, bem mais corriqueiras, aos poucos foram perdendo sua intensidade. A ONG distribui quentinhas que já não são suficientes para todos na praça abarrotada de pracistas, viadutistas, marquiseiros e rueiros. Alguns recebem a boia do dia, muitos outros não. Mas não há balbúrdia, não existe confusão. De alguma maneira todos carregam consigo uma resignação que impressiona, só comparável aos estranhos poderes de invisibilidade que terminaram por adquirir. Num banco da praça, a TV mostra uma imagem que seria estarrecedora se os homens não tivessem perdido a capacidade de ver. Um senhor esguio, de barba mal cuidada divide a quentinha que lhe foi ofertada com um outro pracista e com o seu cachorro caramelo, que com ele divide as ruas, as marquises e praças: o único amigo que lhe restou nesta vida.

Há pouco deve ter ouvido o chefe da nação informar que não existe fome no país. Querem fazê-lo acreditar que a origem da sua desgraça deve ser debitada totalmente na sua conta. Faltou a ele garra, determinação, deixou-se levar pelo vício, não fez forças para manter o emprego. O Brasil não tem culpa nenhuma do seu fracasso. Todos tiveram oportunidades iguais. Zé de Lindu e Jorge Paulo Lemman largaram do mesmo lugar. Apenas um teve méritos e chegou ao pódio e o outro não. Deu no que deu. Mesmo assim, diz o presidente, não tem ninguém passando necessidade. Zé de Lindu mesmo pode ser cadastrado pelo IBGE como um empreendedor de rua.

Só em São Paulo há quase uma Várzea Alegre morando pelos viadutos e marquises. No Brasil existe uma Juazeiro do Norte toda de pessoas sem teto. E o Bloco dos Desafortunados cada vez aumenta mais. O mais grave é que o problema não é apenas invisível para os cidadãos, mas também para o Planalto. Se nossos olhos não avistam a mancha não existe nenhuma possibilidade de alguém chegar com a flanela para limpar.

Até outubro, ao menos, quem sabe, os rueiros, os marquesistas, os viadutistas e praceiros voltarão a ter uma pequena nitidez. Serão abraçados por aqueles que, de dois em dois anos, se vêm acometidos de crises de solidariedade eleitoral. Aqueles que comem comida de pobre, mesmo fazendo careta, abraçam miseráveis e meninos catarrentos. Aparecerão, inclusive, em discursos e plataformas de partidos, junto com soluções milagreiras para acabar, definitivamente, com a fome, a miséria, a desigualdade social. Essa visibilidade, como por encanto, desaparecerá, novamente , em novembro, quando o Bloco dos Desafortunados vestirá, novamente, sua fantasia de Homem Invisível.

O mesmo filme será reencenado em incontáveis outras versões. Sempre com o mesmo script e com uma horda incrível de bandidos assassinos e insensíveis. Em todas as histórias existem apenas quatro protagonistas como verdadeiros artistas da película: os solidários da ONG, os dois velhinhos em situação de rua e o cachorrinho caramelo.

Por J. Flávio Vieira, médico e escritor. Membro do Instituto Cultural do Cariri (ICC)

*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri

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