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O Caldeirão da Santa Cruz do Deserto – Por Sandro Leonel

Colunista escreve semanalmente no Revista Cariri

15 de setembro de 2020
O Caldeirão da Santa Cruz do Deserto – Por Sandro Leonel

Cemitério do Caldeirão (Foto: Anna de Morais)

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O Caldeirão sempre vai provocar o imaginário de pesquisadores e pessoas ditas como conhecedoras da história dessa comunidade camponesa. É atiçador perceber que existe um grupo, mesmo que pequeno de pessoas em rastreio sobre o que circunda a História da comunidade. É perceptível que na nossa aldrabice o sagrado sempre foi acompanhado do profano, basta se debruçar na oralidade histórica das elites do Cariri e perceber o quanto essa turma junto do Clero promoveram de desinformação sobre como viviam e se relacionavam. É continuada e frequente a postura dos depreciadores da vivência da comunidade. Observar o comportamento nefasto e arrogante de parte dessa turma, pois é pautada no coronelato de tempos atrás e perceber que pouca coisa mudou ao longo de todas essas décadas.

Poço que deu origem ao nome “Caldeirão” (Foto: Anna de Morais)

O Caldeirão representou a última tentativa de uma comunidade camponesa de cunho religioso nos sertões nordestinos. Isto porque a política modernizante e autoritária do Estado Novo, aliada à facção fascista da igreja católica leia-se Liga Eleitoral Católica-LEC. Destruíram sistematicamente os movimentos populares de beatos e cangaceiros – filhos do século XIX: Caldeirão foi devastado em 1937, e um ano depois Lampião e seus sequazes foram assassinados pelo capitão João Bezerra, seguidos, meses depois, pela dizimação dos restos de beatos que viviam em Pau-de-Colher, na Bahia, pelo implacável caçador de beatos e cangaceiros Optato Gueiros. Por volta de 1920, além das perseguições religiosas contra o Padre Cícero, a imprensa fazia uma feroz campanha contra Floro Bartolomeu. Este passou a ser acusado pelo deputado federal Moraes e Barros como o “deputado de bandidos e fanáticos”. Sob pressão, Floro Bartolomeu foi obrigado a agir, mandou prender o Beato José Lourenço, que nessa época morava no sítio Baixa D´anta. Solto, humilhado, com fama de “fanático”, José Lourenço em 1926, retirou-se com algumas famílias para o sítio Caldeirão dos jesuítas, terra pertencente ao padre Cícero. (No período da prisão, foi inventado que existia um boi na comunidade chamado de mansinho, essa é uma das maiores mentiras criadas na história da comunidade e reverberada de maneira irresponsável por alguns “entendedores” e difamadores da comunidade).

Casa construída durante a morada de Beato Zé Lourenço (Foto: Anna de Morais)

Entretanto com a morte do Padre Cícero seguidores, anunciavam também tempestades que se avizinhavam. Em um artigo intitulado “Os fanáticos do Caldeirão”, publicada no jornal “O Povo” afirmavam entre outras coisas:” Dois malandros do Ceará, José Lourenço e Severino Tavares, andam explorando, no vale do Cariri, a memória do Padre Cícero”. Setores conservadores ligados à política regional, insuflados pelos proprietários de terras e do Clero, encarregaram-se de espalhar boatos sobre o beato José Lourenço e os habitantes do Caldeirão. Diziam que o beato oficiava sacramentos reservados Clero de forma bárbara e sacrílega, que vivia em concubinato com beatas, possuindo um harém de 16 mulheres, que explorava a ignorância e o fanatismo dos camponeses, usando sua força de trabalho para enriquecer. Nos sermões, os padres falavam do perigo do ajuntamento de fanáticos e da infiltração de agentes vermelhos a serviço do totalitarismo ateu.

O advogado dos Salesianos, Norões Milfont, deputado da LEC, não se limitou a espalhar boatos denegrindo a comunidade; para provar as denúncias e incriminar ainda mais o beato e seus seguidores, enviou um espião ao Caldeirão. A escolha feita por si só, revela as intenções subjacentes ao ato: decidiu-se enviar ao Caldeirão “um dos maiores bandidos-autoridade de que se teve no Ceará”, (expressão de Optado Gueiros). Era o capitão José Gonçalves Bezerra, sendo, na verdade um deles, só que escondido por trás de um uniforme militar. Depois das investigações realizadas pelo capitão, o interventor e governador do Estado, Menezes Pimentel, reuniu o advogado dos Salesianos Norões Milfont, o bispo do Crato Dom Francisco de Assis Pires, Andrade Furtado, Martins Rodrigues o chefe da polícia, capitão Cordeiro Neto, e o tenente José Góes de Campos Barros. Com exceção dos dois militares, todos os outros da Liga Eleitoral Católica. Era enfim, a união da igreja, do Estado e das elites políticas e latifundiários contra a comunidade igualitária do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto.

Para os bem intencionados, se propaga muito sobre a comunidade, mais pouco se faz na pratica, na verdade posso citar os poucos intencionados, mas poderia ser aqui injusto por lapso de memória, então prefiro como pesquisador fazer um alerta sobre todo e qualquer movimento sobre a comunidade deveria ser feito com mais cuidado, pois a chama do Caldeirão ainda está muito acesa. Vários filhos netos, bisnetos de remanescentes dessa comunidade vivem no Cariri cearense, Pernambuco, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte e Piauí e sabemos de maneira concreta o que ocorreu e sempre que nos reunimos entendemos que muito deve ser feito. O meu descrédito aos “sabedores e apoiadores com intenção duvidosa” fica a dica a comunidade pode ter sido destruída, mas a irmandade está firme e forte.

Por Sandro Leonel. Um kaririense inquieto.

*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri

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