Nas fileiras dos canaviais
O fio da navalha nas lâminas das palhas
No escuro breu das cinzas
No escuro breu da pele
A carne negra corre
no fio da navalha
das lâminas das palhas.
Na Cana madura tanta doçura
na vida tanta dor e amargura.
Longe no céu, livre voa a gaivota
Sobre o mesmo mar
Onde se guarda a trilha
onde dantes, um dia
na savana o vento da liberdade.
No escuro breu da pele
as marcas das amarras
O fio da navalha do relho
rasgando a carne.
Na Cana madura tanta doçura
na vida tanta dor e amargura.
Na palha verde cana
que o vento balança
Reflete na retina
verde cor da esperança
Os olhos fechados em sonho
Onde se guarda a trilha
onde dantes, um dia
na savana o vento da liberdade.
Por Fabiano Brito. Cratense, cronista e poeta com três livros publicados: “O Livro de Eros”, “Ave Poesia” e “Lunário Nordestino” (Editora UICLAP)
*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri