No dia 24 de Março de 1989, ocorria o maior e mais danoso desastre ambiental provocado por um navio tanque(petroleiro) da história. Nada menos que 36 mil toneladas de petróleo bruto escorreram dos porões do Exxon Valdez e se espalharam pelas águas do mar do Alasca, causando um dos maiores desastres ecológico dos Estados Unidos e um dos maiores da História. Comandado por um terceiro suboficial não habilitado à navegação naquele tipo de lugar, o navio pertencia à empresa americana Exxon, um dos gigantes do petróleo no mundo, colidira com um bloco de gelo. Levada pelas correntes, em oito semanas a supermancha tinha se deslocado 750 quilômetros.
No total, 1.800 quilômetros de praias ficaram cobertos de piche, em alguns pontos com uma camada de 90 centímetros de espessura. Bombardeada pelos ecologistas e pressionada pela opinião pública mundial – comovida com as imagens de pássaros, lontras e baleias mortos no meio do óleo – a Exxon mobilizou um exército de 11 mil homens para a inédita operação de limpeza. Equipou-os com 1.400 barcos, 85 aviões e recursos como bombas de sucção e bactérias devoradoras de petróleo. Biólogos limpavam as penas de pássaro por pássaro, lontras eram alimentadas com lagostas frescas, cada pedra de cada praia era meticulosamente lavada e esfregada. O trabalho levou seis meses e custou US$ 1 bilhão. Foram derramados em uma área ecologicamente importante no Alasca, matando cerca de 40 mil aves. Mesmo recém empossado o então presidente dos Estados Unidos não mediu esforços para resolver o problema.
Em 20 de abril de 2010. A plataforma Horizonte Profundo (Deepwater Horizon), operada pela British Petroleum (BP), explodiu no Golfo do México. Mais de 120 trabalhadores estavam a bordo naquela noite. Onze pessoas morreram. Em menos de 48 horas, a plataforma afundou. O incidente passou a ser considerado o pior desastre ambiental da história dos Estados Unidos. Mais de 750 milhões de litros de petróleo vazaram no mar. Só foi possível conter o avanço do óleo depois de longos três meses e de muitas tentativas fracassadas. Mas o estrago já era irreversível: a mancha se espalhara por cerca de 1,7 mil quilômetros de praias da costa Sul do país, invadindo mangues e matando animais. À época, imagens de aves e peixes mortos — ou tentando sobreviver em meio à camada negra — se tornaram corriqueiras.
— Vamos assegurar que a BP pague cada centavo que deve ao povo do Golfo do México — afirmou o presidente dos EUA, Barack Obama, em 7 de junho de 2010.
No início de setembro desse ano, as praias do Nordeste foram atingidas por manchas, vistas primeiramente em praias do Pernambuco. Nos últimos trinta dias elas se alastraram por mais de 138 cidades litorâneas, causando um dano ambiental grandioso. Aqui nas terras tupiniquins diferente das duas tragédias apontadas acima, onde os governantes buscaram investigar e punir os responsáveis, ocorreu algo pitoresco. O ministro do meio ambiente o senhor Ricardo Sales de maneira irresponsável ou intencional, foi logo acusando o país fronteiriço Venezuela e o presidente reverberou o factoide. Na verdade não existe possibilidade de um vazamento na Venezuela atingir o litoral oriental do Brasil, pois as correntes marítimas que atuam no litoral brasileiro, principalmente no Nordeste carregam tudo para o mar da Antilhas, conhecido popularmente como mar do Caribe. Deveria o governo brasileiro ao invés de ficar promovendo discórdia investigar para saber de onde vem e como ocorreu o vazamento. Nos últimos 60 dias passou pela costa brasileira um total de 80 navios tanque. Todos devem ser averiguados e deve ser investigado cada bandeira que os navios pertencem, pois existem evidências de que pode ser esse fluxo de barcos que tenha promovido essa tragédia.
Já foram identificadas manchas de óleo em uma faixa de 2 mil quilômetros da costa brasileira. Até agora, são 133 toneladas de petróleo retiradas das praias. O litoral de Sergipe é o que tem mais pontos de óleo. … Sergipe é um dos estados mais afetados do país. Cabe aos órgãos buscar esclarecer e identificar o mais rápido possível o provocador do desastre. Ficar bravateando e promovendo o ódio é muito fácil, agir e buscar responsáveis é o papel de qualquer governo sério e que pretenda esclarecer os fatos, mas sabemos que esse governo não gosta de investigar o que possa vir comprometer sua alianças, basta lembrar do assassinato da vereadora Marielle e seu motorista Anderson que nada foi esclarecido. No governo das notícias falsas faltam respostas para tudo que é sério e importante. Onde anda o Queiroz? E o caso de Itaipu vai ser explicado?
Por Sandro Leonel. Um kaririense inquieto
*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri