O momento vivido pela sociedade brasileira é singular em vários sentidos, inclusive com a presença dos biltres fascistas que fazem apologia a supremacia branca nas bandas tupiniquins. É notório que em todo e qualquer movimento popular apareça sempre alguém com pouca significância para se proclamar como liderança do mesmo. Essa prática nunca mudou com o tempo e jamais mudará. Saliento isso nos movimentos legítimos. Alusivo ao fascismo ou nazismo isso não existe até por que não representam nada social e sim são pútridos trajados de cidadão de bem.
A ortodoxia de qualquer forma impede que o povo seja livre. Vale a pena chamar a atenção para a questão dos partidos políticos. Não discutindo a sua relevância, e sim o seu papel: eles não devem conduzir os movimentos sociais, mas serem conduzidos por estes. Os extremistas não desejam liberdade, a pratica de conduzir movimentos sociais anda mais perto do autoritarismo do que do exercício democrático, pois viver na plenitude é viver democraticamente sem dogmas, sectarismos, ortodoxia e hipocrisia. A forma plena de viver é uma atividade política criadora, não necessitando de um partido político para ser politizado. O povo não necessita de delegar poder a partidos dogmatizados, até porque quando delegamos poder a estas instituições, elas passam a ter autoridade sobre nós. Ao invés de exercer o poder por nós, fazem com que o povo aceite, prática demonarca séculos XVIII e XIX. Os extravagantes de plantão têm que ter discernimento para saber que liberdade coletiva não é algo massificado, e sim a convivência de múltiplas formas de ser livre.
Não faz parte dos ideais de uma sociedade democrática um consenso, e sim pluralismo. O consenso é sempre parente do autoritarismo e da injustiça social. A atuação política de partidos e grupos radicais chega a preocupar, pois não devemos esquecer como o nazi fascismo cresceu na Europa na década de 1930 com a prática e discurso extremado de nacionalização das coisas, culpando algo e julgando sem defesa alguma, o ódio pela valeidade de sentir o gosto do dissabor do outro. O resto sabemos no que deu.
A miopia dessa turma tanto os radicais da extrema direita como os da extrema esquerda que pretendem culpar o socialismo e o capitalismo por tudo, isso reside em uma contradição fundamental: quando cometem “deslizes”, de ingerência financeira, procuram jogar panos quentes. Entrando em contradição; pois seu discurso é mentiroso por parte dos conservadores de direita e bem elaborado e por vezes até convincente por parte dessa esquerda extremada, mas sua prática é frustrante. As contradições vão existir sempre e os conflitos de interesses serão permanentes em ambos os lados.
Vale a pena mencionar que a sociedade capitalista incorporou um conceito de liberdade com sérias limitações, como na prática o modelo de socialismo real também frustrou e oprimiu. A conquista pela liberdade no capitalismo, tem sido a conquista da liberdade política, fato que no socialismo real nem isso foi garantido. A liberdade política é fundamental sem dúvida; entretanto, estas conquistas não levam necessariamente à liberdade social, ou em outras palavras, a democracia política não garante a democracia social. Vociferar que tudo é culpa do capitalismo é no mínimo ser leviano ou rasteiro, desprovido de conhecimento, pois todos os sistemas socio econômicos colocados em prática na história da humanidade, no ocidente ou oriente repetem essas mazelas humanas. Racismo, homofobia, sexismo, misoginia, qualquer tipo de assédio e outras coisas mais.
Cabe informar a estes levianos rasteiros, sabedores do nada, que a liberdade é uma necessidade natural. Mas poder ser livre é uma conquista social, não uma conquista partidária.
Por Sandro Leonel. Um kaririense inquieto
*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri