Hoje eu lembrei o quanto era feliz! Foi como se um filme antigo começasse a rodar na tela da minha mente, trazendo à tona lembranças tão vívidas que pareciam ter acontecido ontem.
Foi um daqueles dias em que o tempo parece abrandar, permitindo que as memórias mais doces e nostálgicas se infiltrem no presente. Enquanto eu me via imerso nas lembranças da infância, era como se cada cena, cada riso, cada cheiro voltasse à vida, reacendendo a chama da nostalgia que ardeu dentro de mim.
Lembrei-me dos dias intermináveis de verão, onde o sol brilhava intensamente no céu azul e o ar estava impregnado com o cheiro do capim recém-cortado. Éramos livres como passarinhos, sem preocupações ou responsabilidades além de aproveitar cada segundo daquela liberdade.
As brincadeiras no quintal, os jogos de esconde-esconde que duravam até o cair da noite, as risadas que ecoavam pelos corredores da casa… Tudo isso voltou de uma só vez, inundando meu coração de alegria e saudade.
Lembrei-me também dos almoços de domingo em família, onde a mesa estava sempre farta e o amor transbordava em cada gesto, em cada olhar. Os abraços apertados dos meus avós, os conselhos sábios da minha mãe, as travessuras com meus irmãos… Tudo isso fazia parte de um tempo que parecia ter desaparecido para sempre, mas que agora ressurgia diante de mim com uma intensidade avassaladora.
E então, enquanto eu me via imerso nessas lembranças tão preciosas, percebi que a infância nunca realmente nos deixa. Ela vive dentro de nós, nos molda, nos influencia, nos faz quem somos. Mesmo que os anos passem e as circunstâncias mudem, sempre haverá um pedacinho da nossa infância conosco, como uma luz brilhante que ilumina o caminho da nossa jornada.
Hoje eu lembrei da minha infância. Quanta saudade! Mas também quanta gratidão por ter vivido cada momento daqueles dias dourados, e por carregar suas lembranças comigo, como um tesouro precioso que guardarei para sempre no fundo do meu coração.
Por Mirta Lourenço. Médica, professora, cronista e poetisa
*Este texto é de inteira responsabilidade da autora, e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri