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Freud explica Floyd – Por J. Flávio Vieira

Colunista escreve semanalmente no Revista Cariri

5 de junho de 2020
Freud explica Floyd – Por J. Flávio Vieira

Manifestante segura cartaz com rosto de George Floyd durante protesto em Nova York (Foto: Caitlin Ochs/Reuters)

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“obedecer cegamente deixa cego
crescemos somente na ousadia
só quando transgrido alguma ordem
o futuro se torna respirável”
Mário Benedetti

George Floyd era um negro norte-americano de quarenta e seis anos. Um gigante de quase dois metros de altura fora até atleta de basquetebol. Morava em Minneapolis, uma cidade do localizada no Norte dos Estados Unidos. Trabalhava, até recentemente, como segurança de um restaurante, até perder o emprego por conta da pandemia de Covid-19. No dia 25 de maio, último, Floyd foi preso sob suspeita de tentar passar uma nota falsa de vinte dólares, em uma lanchonete. Reagiu, pacificamente, à prisão. Mesmo assim, algemado, jogado ao chão, no meio da rua, foi contido por três policiais, um deles agarrou-lhe as pernas, um outro ajoelhou-se sobre seu peito e Derek Chauvin, um tira com antecedentes violentos, apertou o joelho sobre o pescoço de Floyd, impedindo-o de respirar. Mesmo sob protesto dos passantes, não pararam o processo de assassinato público, a sangue frio, até o desfalecimento total e à morte. Desesperado, Floyd, no limite das suas forças, contorcia-se e gritou aquelas que seriam suas últimas palavras:

— I Can’t Breathe! (Eu não posso respirar!)

O tratamento que recebeu não lhe era desconhecido. Nascera no Texas, no Sul, antro da discriminação racial mais sórdida dos Estados Unidos. Tinha uma convivência íntima com o racismo nas suas mais amplas formas. O homicídio , filmado por transeuntes, espalhou-se como rastilho de pólvora. De repente, os EUA se viram conflagrados por manifestações e quebra-quebras nas suas mais sinistras formas. Isso em plena pandemia do Coronavírus, desobedecendo a todas as determinações de isolamento social. Os protestos se espalhariam, depois, mundo afora e envolveriam não só os movimentos negros, mas pessoas das mais diversas etnias, irmanados numa causa única. Desde 1968, não se via tamanha fúria. Chegaram até a sojigar o presidente Trump, na Casa Branca, que precisou, preventivamente, ser escondido em um bunker. E o : “Eu não posso Respirar !” , tornou-se um grito tribal.

A súplica de Floyd bateu forte no inconsciente coletivo, quando vivemos tempos tão pouco oxigenados. Presas , claustrofóbicas , mascarados , pessoas na vastidão do planeta, buscam o ar que lhes parece faltar. Nas UTI´s , espalhadas por múltiplos países, pacientes bradam a toda hora, sem respiradores disponíveis, o grito de Floyd: “Eu não posso respirar!” Os animais da Amazônia, nas queimadas incontáveis, agora estatais e oficializadas, suplicam, em meio à fumaça: “Eu não posso respirar!”. No Brasil, em meio à Teo-freno-agro-casernocracia, onde os mínimos valores de humanidade passam a ser espúrios, quando a morte no atacado, a dor , o luto beiram o asco da normalidade, buscamos o fôlego como asmáticos em crise : “Eu não posso Respirar!” Nas favelas, nos grotões esquecidos da nação, famílias desamparadas, amontoadas, famintas, sem renda, sem saneamento mínimo, expostas a todos os riscos de pestes, tentam abrir as janelas dos casebres: “Elas não podem respirar!” Os profissionais de saúde, cativos nas suas máscaras e EPI´s, buscam o fôlego a todo custo, sem poder encher o peito de oxigênio. Até mesmo nosso planeta, em meio à emissão catastrófica de gás carbônico, se pudesse, esbravejaria lá de cima: “Eu não posso respirar!”

Talvez, por isso mesmo, o brado tribal de Floyd ganhou caixa de ressonância na população. Quando o mundo saiu à rua para os protestos, o fazia, sim, em nome de Floyd e do seu assassinato indecoroso, mas, no íntimo, todos carregam consigo, também, sua falta de ar, a asma destes tempos tão sombrios e tenebrosos. Freud explica um pouco Floyd. O sufocamento nos ensina lições de oxigenação e da luta por tempos mais generosos, altruísticos e respiráveis.

Por J. Flávio Vieira, médico e escritor

*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri

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