É triste! Quantas vezes você não ouviu essa frase ser dita por alguém? Normalmente as circunstâncias em que ela é feita envolvem coisas que verdadeiramente não fazem nenhum sentido a frase, circunstâncias estas que estão mais para engraçadas ou minimamente constrangedoras.
Mas o que será que realmente é triste? Quem sabe um país onde pelo menos 70% dos seus estudantes do ensino regular do ensino fundamental ao médio sejam analfabetos funcionais? E o governo cortando investimentos da educação e tachando os professores de doutrinadores ideológicos.
Ou um país onde boa parte dos policiais são corruptos ou sendo honestos têm que fazer os “zigs” para ganhar um extra? Não, triste mesmo é o fato de adolescentes, no país todo, razoavelmente bem abastados desfazerem-se dos investimentos que seus pais, a duras penas fazem, pagando escolas particulares.
Ou será que triste é um país onde as políticas sociais paliativas passam a ser perenes e acabam virando a esmola de todos os meses? Quem sabe, não é o país que tendo médico bastante, tenha que importar médicos de outros países porque seus médicos se negam atender nas regiões mais isoladas, e ai vem um novo presidente e expulsa o médicos estrangeiros e diz que vai pagar mais aos brasileiros para atenderem naquelas regiões isoladas e mesmo assim não há quem queira, simplesmente porque seus médicos se recusam a atender a quem mais precisa?
Ou triste é um país que elege um presidente que destila ódio e violência em seus discursos e ainda desdenha do povo? Ou será que triste é um país onde os ministros de estado são a maior matilha de incompetentes do mundo, cada um querendo aparecer mais que o outro?
Eu acho que triste mesmo é um país que tem um sistema de poderes triparte, “in”dependentes e harmônicos, aliás, muito harmônicos, harmonicíssimos! Onde legisladores são julgados pelo judiciário que é escolhido pelo executivo que pra governar precisa de contrapartidas do legislativo e assim, numa jornada cíclica, vão postergando essa mácula que se chama corrupção. Isso sim, muito triste. Que país é esse?
Por Francinaldo Dias. Professor, cronista, contador de “causos” e poeta
*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri