Definido, então, qual o período do dia em que seu organismo está com maior metabolismo (se no período matutino, vespertino ou noturno), é hora de escolher pelo menos duas modalidades esportivas para praticar.
Uma que te sirva de base/alicerce para o desenvolvimento e aprimoramento de algumas capacidades físicas como força, resistência muscular localizada, flexibilidade, coordenação motora, potência entre outras. Estamos falando de musculação associada ao treinamento funcional.
E uma segunda modalidade a qual pode ser algo que você realmente goste de praticar como modalidades ao ar livre (corrida, mountain bike e ciclismo), atividades aquáticas (natação, hidroginástica), e ainda, modalidades de quadra (no caso futebol, voleibol, basquete, tênis).
Você pode até estar se perguntando: “Ora, para que devo fazer musculação e treinamento funcional, se o que mais gosto de praticar é outra modalidade, a corrida por exemplo?”
Eis a resposta. A corrida é um processo sequencial de saltos unilaterais, isto é, realizamos saltos para frente utilizando apenas um dos membros inferiores por vez para nos dar impulsão.
Enquanto um dos membros inferiores, o direito por exemplo, encontra-se em contato com o solo, os músculos, ligamentos, tendões e articulações deste membro precisam estar devidamente fortalecidos para suportar o impacto do pé ao solo e, posteriormente, impulsionar seu corpo a frente realizando um novo salto. O ciclo se fecha quando o membro inferior que estava realizando a fase aérea, neste caso o membro inferior esquerdo, toca o solo suportando todo o seu peso corporal.
Caso as estruturas anatômicas não estejam devidamente fortalecidas, elas poderão apresentar desgastes acentuados e dores articulares, as quais a depender da intensidade, poderão impediram a continuidade da prática desportiva.
Ao iniciar um programa de treino na musculação e treinamento funcional, o Profissional de Educação Física poderá direcionar os exercícios, métodos e demanda metabólica para as características contidas na(s) modalidade(s) que mais gosta de praticar. Exemplificando, se você gosta de jogar o futebol de campo pelo menos duas vezes por semana, concordará que em algum momento uma bola será cruzada para você próximo à meta adversária, e em pleno ar, você tentará cabeceá-la em direção à baliza adversária. Para que você salte uma altura maior e consiga atingir a bola antes que o defensor do time adversário, é preciso ter força na musculatura da coxa e da perna. Esses conjuntos de músculos devidamente fortalecidos, proporcionaram a você uma impulsão maior e, quem sabe, a felicidade de ter concluído o objetivo, o gol.
Além de aprimorar algumas capacidades físicas, a musculação e o treinamento funcional auxiliam na prevenção de algumas lesões como microfissuras ósseas produzidas por estresse mecânico (as passadas na corrida) ou traumas repetidos (disputas de bola no futebol onde chocam-se perna (canela) do jogador do time A, com a perna do jogador do time B); ou ainda, inflamação em alguns tendões que passam pela articulação do ombro (articulação glenoumeral) percebidos em quem pratica natação, voleibol, handebol.
Então se permita, mesmo que no primeiro momento sem gostar, a praticar musculação e treinamento funcional, para assim, você melhorar seu desempenho e conseguir prevenir possíveis lesões na prática da modalidade que mais gosta.
Nossa sugestão é realizar a modalidade que mais gosta três a quatro vezes por semana e a musculação associada ao treinamento funcional de duas a três vezes na semana. Em outras palavras, aquele jogo de futebol de duas horas de duração com os amigos na quarta e no sábado ou o pedal das terças e quintas, ou ainda, a corrida em grupo ou individual na terça, quinta e domingo. Não esquecendo de nos outros dias inserir a musculação e treinamento funcional na segunda e sexta.
Por Yony Rodrigues, profissional de Educação Física – CREF 6401/G-CE
*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri