Num tenho bico
Que nem as aves
no céu não sei avoar
Mas como os passarim
Tenho minhas penas
E também pra dor espanta
Sei canta
No peito atravessado
Viola, poesia e cantoria.
As asas são os pés
Na estrada o passo, o rastro
Ficam marcados por onde passo.
Minha casa é o mundo
O céu o teiado
Jesus e a Virgem Maria
São quem me guardam e guiam.
No peito atravessado
Viola, poesia e cantoria.
Da pia esqueci o meu nome
Se perguntam a minha graça
Respondo:
Num tenho bico
E que nem as aves
no céu não sei avoar
Mas como pra minhas penas espantar
aprendi canta
Pelo destino e sina que carrego
No peito atravessado
Viola, poesia e cantoria
Lhes digo: minha graça é Canarim!
Por Fabiano Brito. Cratense, cronista e poeta com três livros publicados: “O Livro de Eros”, “Ave Poesia” e “Lunário Nordestino” (Editora UICLAP)
*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri