Sou grão na terra, posto
Meu corpo, pão
Breve brisa
Cortando no campo
entre as fileiras dos trigais.
Sobre minha cabeça
uma abóbada infinita.
Eu, apenas, um finito
grão
Na terra semeado
por alguma celeste mão
Uma esfera, cometa
Breve, inexplicável
Indecifrável
Dentro dos enigmas do
mundo.
Cansado de tantos giros
dentro dos giros do globo.
Sem um farol que me guie
dentro da cegueira dos dias.
Sou apenas um grão
Esfera, cometa
Breve brisa
Cortando no campo
entre as fileiras dos trigais.
Por Fabiano Brito. Cratense, cronista e poeta com três livros publicados: “O Livro de Eros”, “Ave Poesia” e “Lunário Nordestino” (Editora UICLAP)
*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri