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Alderico 100 anos depois – Por J. Flávio Vieira

Colunista escreve semanalmente neste espaço​, sempre aos domingos

21 de setembro de 2019
Alderico 100 anos depois – Por J. Flávio Vieira

(Foto: Arquivo)

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“O talento do historiador consiste em compor um conjunto verdadeiro com elementos que são verdadeiros apenas pela metade.” (Joseph Ernest Renan)

Há exatos cem anos, nascia na aristocrática Aracati, um dos mais importantes filhos do Crato. A frase pode parecer paradoxal, mas nosso local de nascimento não o podemos escolher, no entanto o cenário e o script da nossa vida é da nossa inteira responsabilidade e escolha. Pois foram os ventos do destino que aqui trouxeram o Prof. Alderico de Paula Damasceno, amparado pelo pai que veio trabalhar na Rede de Viação Cearense (RVC). No Crato se fez professor, dedicando os noventa profícuos anos da sua vida ao magistério e à formação de almas e mentes. Alderico era de uma personalidade forte e marcante. Hiperativo, inteligente, visionário ensinava uma História crítica em plenos anos 50 e 60, como fiel discípulo do Padre Antonio Gomes, numa época em que o ensino de História Geral e do Brasil não se distanciava muito das histórias da Dona Carochinha e de Trancoso. Alderico esmiuçava as raízes econômicas e sociais dos conflitos e das datas e tinha uma verdadeira ojeriza ao “Decoreba”. Incentivava seus alunos a pensar e refletir, sabia ser essa a função básica do professor, fugindo da simples cópia de verdades prefeitas e preconcebidas. Caçava os decoradores sem perdão. Ensinou nas principais escolas públicas e particulares do Crato, na Faculdade de Filosofia e depois na URCA.

Figura de múltiplas habilidades, o professor Alderico foi ainda um grande adepto da atividade física, dedicando-se, no magistério, também a essa área. Tinha uma grande capacidade física e, frequentemente, desafiava os adolescentes em exercícios, vencendo-os, em geral, com grande facilidade. Possuía uma força descomunal. Foi ainda treinador de times de futebol, inclusive da Seleção do Crato. Um dos primeiros técnicos a usar terno e gravata e o guarda-chuva que utilizava, em campo, para indicar aos jogadores os momentos de atacar ou defender. Numa época em que o Brasil se destacava pelo Futebol Arte, Alderico foi um dos primeiros técnicos no Ceará a explicitar, abertamente, a importância do condicionamento no rendimento das equipes. Demonstrou, exemplarmente, a importância do combate ao sedentarismo na sua própria longevidade.

Ligou-se ao histórico PTB, nos embates políticos cratenses dos anos cinquenta e sessenta do século passado. Seus parcos recursos como professor eram dirigidos prioritariamente à compra de livros. Um dia a esposa, em protesto, colocou, no almoço, um livro em cada prato, já que era aquela a única feira que ele vinha fazendo.

Alderico foi o mestre de muitas e muitas gerações de cratenses. Em geral, de início, seus alunos o detestavam: pela cobrança incessante, pelo discurso aparentemente muito disperso, pelas atitudes tantas e tantas vezes tidas como intempestivas. Era um homem de arroubos e de paixões. O tempo, no entanto, terminava por demonstrar a importância dele na formação de todos e o ódio plasmava-se rápido em adoração.

Os jogadores veteranos lembram-se da sua ansiedade como técnico e da cobrança nos exercícios. Nas paradas de 7 de setembro, Alderico organizava os pelotões, exigindo disciplina e cobrando cadência e ritmo das bandas de música.

Ele inspirou muitas gerações de professores de História no Cariri. Depois dele, o decoreba ficou proibitivo. A História teve que fugir definitivamente das prateleiras dos Contos de Fada.

Um dia, a inexorabilidade dos anos ceifou o caule da árvore frondosa. Ali estava impávida há noventa anos à beira da estrada. Seus frutos continuam dispersos pelo chão, muitos fizeram-se sementes e multiplicaram o milagre da primavera. Suas flores, estranhamente, continuam imarcescíveis, como se o tempo não tivesse passado, oferecendo-se em cores e perfume aos que passam pela estrada.

Por J. Flávio Vieira, médico e escritor

*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri

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