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A roda de tear – Por J. Flávio Vieira

Colunista escreve semanalmente no Revista Cariri

1 de agosto de 2021
A roda de tear – Por J. Flávio Vieira

(Foto: 123RF)

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“Não devemos temer que a Vida , ao encerrar
Nossa conta , detenha a roda do tear,
Pois o eterno Criador soprará infinitas
Bolhas, que como nós, vão surgir e estourar”

Omar Khayyám (“Rubáiyát”)

Essa é uma época de grandes arroubos e gigantescos arrebatamentos. Ninguém se conforma com a trivialidade dos momentos, como se a existência não fosse tecida de muitas banalidades, de panos vulgares, de simples e insípidas enseadas. Todos perseguem um Grand Finale. O rapaz, chateado com o fim do relacionamento, joga nas redes sociais fotos íntimas da namorada, expondo-a, sem nenhum pudor, à maledicência pública. Outro moço, diante do fim do namorico, coloca, num grande outdoor, declarações de amor, públicas, implorando pela retomada do relacionamento. O ex-marido, mais dramático, inconformado com a separação, mata a companheira, em pleno ambiente de trabalho e, a seguir, tira a própria vida. Hoje não há histórias de script corriqueiro, todas puxam para o colossal, o ciclópico, o mastodôntico.

Houve, no entanto, um passado tempo de brandura e sutilezas. Quando sentimentos e emoções desnudavam-se por olhares furtivos, num enigmático e inconcluso strip-tease. As palavras escolhiam-se, cuidadosamente, como amoras nas feiras livres. E carregavam significados úmidos em rios de metáforas. Precisava-se de ofício de poeta e de ourives para degustar da sua essência. E tantas e tantas vezes viam-se substituídas pela tênue linguagem dos gestos e a delicadeza dissimulada dos sorrisos contidos e das piscadelas fortuitas. Os corpos entendiam-se e liam-se por mero magnetismo, sem a necessidade do toque e da proximidade – por uma espécie de energia estática. Os e-mails de hoje faziam-se através de cartinhas e bilhetes furtivos e ocultos tangidos pelo voo de incontáveis e basilares pombos-correio. Nestes tempos, as distâncias se estendiam e as ampulhetas, solidárias, diminuíam o fluxo inevitável do pó (início e fim de todas as formas vivas do universo). As almas entendiam-se nos semitons. O silêncio era loquaz como maracanãs no milharal.

E, se a apartação era a regra, se a palavra carregava consigo suas inequívocas limitações, como fazer com que as boas lembranças não se esvaíssem? Que não se diluíssem as recordações dos instantes bonitos e insuperáveis? Como reter a memória dos amigos, dos familiares mais próximos, dos namorados? As pessoas se ofertavam fotografias! Amigos para amigos, colegas para seus pares, familiares para outros familiares, próximos ou distantes. E no verso, sempre, vinham as dedicatórias, em caneta tinteiro, com letras bonitas moldadas em cadernos de caligrafias. E as sépias (ainda sem veleidades de arco-íris) guardavam para uma terna eternidade (disfarçando o efêmero de tudo): o sorriso do recém-nascido, a noiva engalonada em véu e grinalda, o rosto sisudo do formando, a foto da jovem no desabrochar imperioso da juventude. Os nudes de então descortinavam longínquos e estroboscópicos espectros da alma e, como nos mistérios da sensualidade, prometiam muito mais do que exibiam. Um teatro de sombras. Diante da fotografia, a vida parecia deter-se naquele momento, como se fosse quase possível frear o tear do tempo, como se as bolhas de sabão, num passe de mágica, tornassem-se totalmente metálicas e magmáticas, inoxidáveis aos sopros do vento e ao rigor das tempestades futuras.

Por J. Flávio Vieira, médico e escritor

*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri

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