Esse ano a “Marcha para Jesus” completa 30 anos, organizada pelas Igrejas evangélicas, o evento que acontece em vários estados brasileiros está se transformando em palanques eleitorais para o bolsonarismo. As programações misturam pregações, músicas gospel, atividades infantis, trios elétricos e a presença de Bolsonaro, motociata, réplicas de arma de fogo, uso intenso do verde e amarelo, cores de demarcação política dos apoiadores do presidente da república.
Nas eleições de 2018, os evangélicos tiveram papel predominante na vitória eleitoral de Bolsonaro, a memória recente ainda guarda a lembrança das mãos fazendo alusão as “arminhas”. Os pastores de forma organizada se transformaram em cabos eleitorais do bolsonarismo. De acordo com o Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB), do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ, a Frente Evangélica no congresso nacional representa quase 30% da população e 24% do eleitorado brasileiro e a maioria apoia o governo Bolsonaro.
A marcha evangeliza para eleger o Messias que não segue os ensinamentos de Jesus. O discurso armamentista, odioso e de retirada de direitos de Bolsonaro coloca em risco a democracia, esquarteja as conquistas sociais, gera instabilidade econômica e promove a agenda da carestia e do desemprego.
O movimento evangélico sabe do seu poderio eleitoral. Conforme aumenta as igrejas e os seus fiéis ampliasse a sua participação no cenário político nacional. Os evangélicos estão preparados para a disputa das eleições de 2022, isso é fato.
Se não existe espaço vazio na política, os evangélicos conseguiram acertar na sua força social e política para obter um bom desempenho na matemática eleitoral.
É preciso desconstruir esses palanques eleitorais de sapata fascista que esconde o seu intento ideológico e eleitoral.
Entretanto, outras marcham se movem no país em defesa do evangelho de Jesus Cristo e pela derrota de Bolsonaro. Os evangélicos se dividem, não são uma unanimidade, diversos grupos se manifestam contrários ao atual presidente e desmascaram a trindade “Deus, Pátria e Família”, lema de inspiração fascista já pronunciado por Bolsonaro.
É hora de unir as forças, de colocar a bíblia na mesa ( e reler), juntar os pastores e as pastoras que acreditam na divisão e multiplicação do pão, na defesa vida e que estejam dispostos a luta ao lado dos oprimidos e dos explorados numa marcha verdadeira para Jesus. Marcharemos com evangélicos, com os patriotas e as famílias no sentido oposto do fascismo, da ditadura e da retirada de direitos da classe trabalhadora.
Por Alexandre Lucas. Pedagogo, integrante do Coletivo Camaradas e presidente do Conselho Municipal de Políticas Culturais do Crato/CE
*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri