“Eu sou a casa do raio e do vento
Por onde eu passo é zunido é clarão
Porque Iansã desde o meu nascimento
Tornou-se a dona do meu coração”
(A dona do raio e do vento)
Pois porque teu filho nasci
Sou esse turbilhão
Vento cruzando o tempo
Pés em movimento, luz no coração.
Não me aquieto preso
em um canto.
Como as águas de um rio
Sigo o curso,
No leito de meu destino
e sina
Sob tua graça e proteção.
Nas conchas de tuas mãos
Sou levado, guardado
Longe dos males e agruras
deste mundo.
Mau nenhum das serpentes
que rastejam
Escondidas, disfarçadas,
Ocultadas no breu das sombras
Tocaram o meu corpo.
Oh! Minha Mãe Iansã
Pois todas noites deito
Todas manhãs levanto
Sob tua guarda e proteção.
Senhora dos ventos
Senhora das tempestades
Porque teu filho nasci
A celeste corte divina
Eu dou graças!
Por Fabiano Brito. Cratense, cronista e poeta com três livros publicados: “O Livro de Eros”, “Ave Poesia” e “Lunário Nordestino” (Editora UICLAP)
*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri