O calendário vai virar mais uma vez. 2025 chega com o brilho de um quadro ainda em branco, esperando pelas pinceladas que cada um de nós dará ao longo dos próximos 365 dias. Na quietude do primeiro dia do ano, enquanto o sol se levanta preguiçoso, parece que o mundo também respira fundo, pronto para recomeçar.
Há algo mágico nas expectativas que um novo ano carrega. Não importa o que aconteceu em 2024 – os erros, as conquistas, os tropeços. Tudo ganha uma espécie de frescor, como se pudéssemos escrever uma nova história.
É verdade que, na prática, pouca coisa muda na transição de 31 de dezembro para 1º de janeiro. As contas continuam chegando, o trabalho nos espera, os mesmos desafios permanecem. Mas há um brilho especial na promessa de que podemos fazer diferente. E, talvez, seja essa a verdadeira força dos começos: a renovação da esperança.
Para 2025, muitos de nós já temos uma lista imaginária (ou escrita à mão, para os mais metódicos) de resoluções. Voltar para a academia, terminar aquele projeto engavetado, cuidar mais da saúde, viajar, aprender algo novo. É bonito como nos agarramos à ideia de mudança, mesmo sabendo que somos os mesmos, com nossos velhos hábitos e manias.
Mas talvez 2025 não precise ser um ano de grandes transformações. Talvez seja sobre continuarmos tentando. Sobre sermos pacientes conosco mesmos e com os outros. Sobre fazermos as pazes com o tempo – aquele que corre apressado e insiste em nos empurrar para frente, mas que também nos oferece oportunidades de recomeçar.
Quem sabe este seja o ano em que valorizamos mais os momentos simples: o café quente numa manhã fria, a risada inesperada, o silêncio acolhedor de quem nos entende sem palavras. Quem sabe, em 2025, aprendamos a olhar o mundo com olhos mais generosos, aplaudindo as pequenas conquistas, mesmo aquelas que só nós percebemos.
E se 2025 for apenas mais um ano? Que ele seja leve. Que tenhamos coragem para seguir em frente nos dias difíceis e sabedoria para celebrar os dias bons. Que sejamos gentis, porque o mundo já tem durezas suficientes.
O ano começa agora, com um misto de incerteza e esperança. Não sabemos o que ele trará, mas podemos decidir como vamos recebê-lo. Com coragem, com gratidão, com o coração aberto. Porque, no fundo, o futuro não é algo que se espera. É algo que construímos, dia após dia, com as escolhas que fazemos.
Bem-vindo, 2025. Que seja um ano bom – ou, pelo menos, um ano possível.
Por Mirta Lourenço. Médica, professora, cronista e poetisa
*Este artigo é de inteira responsabilidade da autora, e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri