Nada melhor que o tempo para explicar o atentado de 11 de setembro de 2001, se fizermos uma retrospectiva de pessoas com idade e senso crítico da época do atentado, a grande maioria vai lembrar o que estava fazendo naquele dia. São duas décadas passados e pouca coisa se modificou no tocante a avanços para conter os atentados a vida que só se proliferaram e proliferam ao longo do tempo.
Para analisarmos o 11 de setembro devemos voltar um pouco na história recente do século XX, décadas de 1970,1980 e 1990. Durante a década de 1970 as ligações escusas dos Estados Unidos com um aliado conhecido como o líder Bin Laden. (Frase repetida várias vezes pelo Donald Rumsfeld, secretário de defesa dos Estados Unidos no período de 1975 a 1977 no governo de Gerald Ford, no governo de George W. Bush de 2001 a 2006 e conselheiro da CIA e político influente.) Osama Bin Laden no final da década de 1970 foi designado a operar com grupos rebeldes ou qualquer tipo de resistência a invasão da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) no Afeganistão com total apoio dos EUA. Em troca poderia liderar uma cruzada contra os radicais xiitas do Islão na região. Sendo Bin Laden filho de um sheik saudita e aliado de vários empresários e políticos do ocidente e estadunidenses.
Como Wahabista seu pai e família saudita sempre proliferaram seu ódio aos povos islâmicos xiitas. Morreu quando Bin Laden tinha 10 anos de idade. Durante a década de 1980 ocorreu um distanciamento dos mujahedins (rebeldes) do Afeganistão do governo dos EUA. Os EUA passou a defender um novo e grande aliado, o déspota Saddan Hussein no Iraque, pouco depois também virou inimigo do tio Sam, culminando na operação Tempestade no Deserto conhecida como guerra do Golfo (02 de agosto de 1990 até 28 de fevereiro de 1991), acirrando as disputas locais dos povos suprimidos como por exemplo o povo Curdo com os apoiadores do tirano Saddan Hussein. O assassinato do rabino Meir Kahana judeu ortodoxo e extremista radical em 05 de novembro de 1990 por um jihadista El Sayyid Nosair pode ser considerada a semente do 11 de setembro.
Logo após o assassinato, um clérigo e radical islâmico Omar Abdel Rahman conhecido como o Sheik cego passa a promover discursos de ataques a alvos nos Estados Unido, morador do Broklin na mesquita que ele frequentava passou a orientar um ataque mais direto ao povo do país. Em 26 de fevereiro de 1993 um carro bomba explode na torre norte do WTC matando 6 pessoas. O jihadista Ramzi Yousef foi o mentor do atentando frustrado. Dia 7 de agosto de 1998, uma enorme explosão arrasou a embaixada americana no centro de Nairóbi no Quênia, seguida, alguns minutos depois, de uma outra deflagração em Dar es Salaam na Tanzânia. No total, 224 pessoas morreram, e cerca de 5.000 ficaram feridas – africanos em sua maioria.
No dia 11 de setembro de 2001, dois aviões de passageiros se chocaram contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, como parte de uma série de ataques coordenados contra alvos nos EUA. Um outro avião sequestrado por terroristas caiu sobre o Pentágono, na Virgínia, e um quarto, sobre a Pensilvânia, “depois que passageiros resolveram enfrentar os sequestradores” existe uma outra versão que afirma que o avião foi abatido por um caça da força aérea dos EUA. Os ataques de 11 de setembro mataram ao todo quase 3 mil pessoas e foram reivindicados pela rede extremista Al-Qaeda, de Osama Bin Laden, morto em 2011 pelos EUA no Paquistão. Este atentado desencadeou a guerra ao terror desencadeada por Estados Unidos e aliados.
No pós atentado o ISIS surge como o grande inimigo, promovendo o terror em várias potências ocidentais. Não se pode esquecer que o ISIS recebeu apoio direto dos EUA para matar Saddan Hussein e depois se voltou contra o ocidente gerando um rastro de terror nos povos do Oriente Médio com a possibilidade de criar um califado. Existe uma grande possibilidade de novos ataques em série promovidos por seguidores da Al-Qaeda, pois os mentores do atentado estão com data marcada para o julgamento. A data do julgamento de Khalid Sheikh Mohammad, apontado como “mentor” dos ataques de 11 de Setembro nos EUA, foi marcada. Ele e outros quatro suspeitos do atentado serão julgados por um tribunal militar na base americana de Guantánamo, em Cuba, a partir de 11 de janeiro de 2021. Eles são acusados de crimes de guerra, incluindo terrorismo, e de assassinar quase 3 mil pessoas. Os cinco réus serão os primeiros a ir a julgamento, quase 20 anos após a série de ataques em Nova York, Washington e Pensilvânia. Se considerados culpados, podem ser condenados à pena de morte.
Todo o ocidente deveria buscar um entendimento sobre a questão do terrorismo islâmico, pois apenas 3 % desses religiosos apoiam as atitude insanas promovida pelos grupos terroristas que na sua grande maioria são sunitas salafistas e não xiitas como se pensa, por trás de tudo isso temos os takifiristas e os wahabistas que promovem todo o ódio que resulta nessa tragédia continuada. A Islamofobia (sentimento de repugnância ou de repúdio em relação aos muçulmanos e ao Islamismo em geral.) passa a ser disseminada de maneira intencional por interesses escusos de pessoas, grupos religiosos e estados como o posicionamento atual do governo Trump.
Agora vivemos junto a isso uma nova profusão de terrorismo. A marcha crescente da supremacia branca e fascismo em vários países, como exemplo maior os ataques frequentes a negros nos Estados Unidos provenientes da ação de policiai brancos, no Brasil o avanço das milícias, como nova ordem em nome de Deus e a defesa dos desvairados da cloroquina contra a imunização. Como sociedade não podemos criar no Brasil outro caso Joseph Jubert, advogado francês, que na república velha foi perseguido, preso e humilhado, por querer levar educação aos trabalhadores, o conservadorismo liberal (ler Alfredo Bosi) arraigado da cegueira intencional dos mercadores da fé, não pode mais se divaricar entre pessoas que desejam um mundo melhor, o resto são fascistas e nada mais.
Por Sandro Leonel. Um kaririense inquieto.
*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri