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Coronavírus: a cada 10 óbitos no Ceará, 7 são idosos

No Ceará, os idosos são a imensa maioria dentre os pacientes que vieram a óbito em decorrência do novo coronavírus. Já são 4,5 mil mortes de pessoas com 60 anos ou mais. A cada 10 óbitos pela doença no Estado, 7 são de idosos

4 de julho de 2020
Coronavírus: a cada 10 óbitos no Ceará, 7 são idosos

Por afeto e memória, idosos precisam de mais cuidado e proteção durante a pandemia de Covid-19

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O caminhar um pouco vagaroso não há mais. Nem o contar de histórias, às vezes, até repetidas, mas fundamentais para que tantas gerações saibam o que ocorreu naquela família, naquele lugar. Foi embora o som da voz mais pausada cuja dona – em tempos convencionais – ainda guardava o hábito de sentar na calçada. Partiu quem viu o bairro, as ruas, as pessoas se transformarem ao longo de décadas. A Covid-19 os levou.

No Ceará, assim como em inúmeras partes do mundo, os idosos são a imensa maioria das vítimas silenciadas pela doença. No Estado, até junho, a proporção é que a cada 10 óbitos pela doença, 7 foram de pessoas com 60 anos ou mais. De março a junho, 6.180 pessoas perderam a vida no Estado devido à Covid-19. Destes, 4.578 eram idosos. Para além dos lutos individuais, a perda concentrada (e quase simultânea) de milhares de pessoas mais velhas traz grandes efeitos sociais: fragiliza ainda mais o contato das demais gerações com a velhice e enfraquece as memórias da história social de cada território.

No bairro Parquelândia, em Fortaleza, o “Seu Magalhães” já não cumprimenta os conhecidos, com o característico traço gentil. A loja de autopeças fechou, após mais de 30 anos de funcionamento. Seu Magalhães deixou 3 filhos, 4 netos e a esposa. José Raimundo Vieira Magalhães tinha 76 anos. Foi um dos milhares de idosos mortos em decorrência da Covid-19 no Ceará, onde, estima o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 12,32% dos 9,1 milhões de habitantes, são idosos.

No dia 5 de junho, após dias internados no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Seu Magalhães perdeu a vida. A neta, jornalista Camila Magalhães de Holanda, chamada carinhosamente de “vida” pelo avô, assim como os demais parentes, não pode velar o corpo de Magalhães. A pandemia que leva, sobretudo, idosos, é também cruel para qualquer tentativa de rito de encerramento. As lembranças, agora, são muitas. Multiplicam-se. Camila o descreve como um homem alegre, leve e positivo.

Na família de Magalhães, Camila e o irmão, ambos com mais de 20 anos, são os netos mais velhos. Outros dois ainda são pequenos. “Nós fomos os únicos netos por muitos anos. Vivemos muito mais coisas que o meu primo de 7 anos e a outra prima de 1 ano. Minha prima não vai ter o vô maravilhoso que eu tive. Não vai saber o que é o vô levar no parquinho, o que é o vô buscar na escola, o vô amassar o feijão. Não vai saber o que andar de buggy com o avô”, afirma ela. Lacunas compartilhadas em tantos outros lares.

Proporção
No Ceará, do total de 6.180 mortes por Covid entre março e junho, 44,61% foram de pessoas entre 60 e 79 anos. Outras 29,97% foram de pessoas com mais de 80 anos. Além de serem as pessoas que mais morrem por Covid-19, os idosos são também o grupo etário com o maior crescimento na taxa de contaminação registrado no decorrer dos meses. Em março, a cada 100 pessoas contaminadas no Ceará, 17 tinham 60 anos ou mais. No final de junho, essa proporção era de 22 idosos contaminados a cada 100 infectados.

Mas, o que exatamente deixa os idosos tão suscetíveis? O primeiro ponto, explica o professor da Faculdade de Medicina da UFC e membro do Comitê da Covid-19 da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Jarbas Roriz Filho, é o envelhecimento do sistema imunológico. Nas pessoas mais velhas, relata ele, há uma diminuição do funcionamento do sistema imunológico, tanto do sistema inato como do adaptativo.

“Temos barreira de proteção no organismo e células que vão de imediato combater o microorganismo que entra no nosso corpo e depois esse sistema imunológico gera uma memória imunológica de fabricação de anticorpos. Então, em todas essas etapas a capacidade de resposta do idoso é menor e torna ele mais vulnerável à ocorrência de infecção de modo geral”, diz.

O médico destaca ainda que há outros aspectos “que vão além da idade”. Por exemplo, a funcionalidade do indivíduo. Isto é, se são idosos ativos, com hábitos mais saudáveis. “Existe a idade cronológica e a idade biológica, então, a pessoa pode ter uma idade mais avançada, mas o organismo estar bem, com bom nível de saúde. Uma pessoa com 80 anos que tem excelente funcionalidade e poucos problemas, tem uma expectativa de vida maior do que alguém que tem menos anos, mas tem doenças crônicas descompensadas, que não cuida da alimentação”, ressalta o médico.

Para além da dimensão sanitária, a pandemia gera dilemas sociais e emocionais. Nesse momento atípico e trágico, o grupo etário que, em geral, já é marcado por estigmas e privações também é afetado frontalmente. A professora do curso de Serviço Social da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e gerontóloga, Adriana de Oliveira Alcântara, chama atenção para a relação com o envelhecimento que precede a pandemia: “no que tange à velhice, assistimos ao preconceito num país que idealiza a juventude antes da pandemia, a gerontofobia sempre existiu. E, hoje, passamos a ter data de vencimento. O valor da vida diminui devido à idade? Não. E, por isso, não está ‘ok’ de jeito nenhum aceitar naturalizar a morte de um grupo cujo critério é determinado pelo tempo de vida da pessoa”.

Ela reitera que “envelhecer junto à família é um desafio, os contatos intergeracionais nem sempre são partilhados. Será que um quer saber do mundo do outro? Como conquistar a geração que é fascinada pelas conversas via WhatsApp, para ouvir as histórias do ‘meu tempo’? Por outro lado, os velhos querem saber do mundo dos jovens? A saída é a intergeracionalidade”.

A professora analisa que a tragédia da pandemia dá chances para que as pessoas possam rever conceitos, comportamentos. Ela acrescenta: “Qual o lugar dos nossos velhos nas nossas vidas? Como compreendemos o isolamento destes junto aos seus familiares, antes e depois da pandemia? Terá sido mesmo uma situação inédita trazida pela Covid-19? Temos, agora, uma provocação para pensarmos sobre o sentido do tempo”.

Patrimônio
“Não há comunidade, nem futuro, sem valorizar o seu patrimônio herdado, transformado, produzido e transmitido”, destaca o sociólogo e integrante do Conselho Gestor do Ponto de Memória no Grande Bom Jardim, Adriano Almeida. É de lá que ele e tantos moradores da periferia de Fortaleza têm testemunhado inúmeras perdas para a Covid-19 de pessoas que são referências em suas comunidades.

Adriano ressalta: “a morte é o desaparecimento de um ente social. Com ela, se vai uma perspectiva do olhar sobre os fatos, sobre a realidade. Com ela, uma janela para a paisagem da vida se fecha, ou, pelo menos, uma das versões da verdade se apaga”. Registrar para não desaparecer é tarefa, conta ele. Por isso, desde 2012, o Ponto de Memória GBJ recolhe informações sobre guardiões da memória daquele território.

O sociólogo acrescenta que, nesse momento, “a ficha não caiu ainda”, por “estarmos no olho do furacão, e por não estarmos ainda juntos fisicamente, a dor e o luto têm sido familiar e dos próximos. Somente mais tarde, sentiremos o baque e teremos a dimensão do vazio e da profundidade deste fosso patrimonial provocado pela Covid-19”.

Por Thatiany Nascimento

Fonte: Diário do Nordeste

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