A agricultura foi a atividade que mais empregou crianças e adolescentes no Ceará em 2019, segundo dados do Ministério Público do Trabalho do Ceará (MPT-CE) apresentados na manhã desta sexta-feira (7). Em 70 cidades cearenses, quase 9 mil crianças e adolescentes trabalhavam no contraturno escolar, sendo, a maioria, entre 9 e 13 anos de idade.
Ainda conforme o MPT-CE, a pesquisa foi realizada em 418 escolas onde foram ouvidos mais de 217 mil estudantes da rede pública com idades entre 9 e 17 anos.
Do número total, 1.860 afirmaram que estavam envolvidos em atividades de agricultura, em seguida, 1.246 citaram o trabalho no comércio, 1.153 no trabalho doméstico, sendo 589 na função de babá, 876 em serviços, 767 em pecuária e 167 no setor de indústria.
Na cidade de Juazeiro do Norte, segunda maior cidade do Ceará, 14.390 alunos foram entrevistados e foram constatados 558 em situação de trabalho. Apesar desse número, os maiores percentuais de crianças e adolescentes em situação de trabalho foram em outras cidades: Ipaporanga (18,68%), Barreira (18,52%), Campos Sales (16,65%), Ibiapina (14,46%), Hidrolândia (12,38%) e São Benedito (11,59%).
Tarefas domésticas
Em todo o estado, 35% dos entrevistados, equivalentes a 75.735, alunos afirmaram realizar atividades em casa colaborando com os outros membros da família, mas outros 16.383, correspondente a 7,5%, informaram que cuidam da casa e dos irmãos mais novos.
Fortaleza
Na capital 10.424 alunos de 10 escolas do Distrito de Educação V foram ouvidos. Desse total, 855 afirmaram estar ocupados em atividades diversas. 1.485 disseram que trabalhavam na própria casa e 3.646 informaram que ajudam nas tarefas domésticas ajudando outros membros da família.
Dentre os que trabalham em atividades econômicas ou de sobrevivência, que não estão relacionadas ao afazeres, as atividades mais citadas foram: empregado doméstico, inclussive como babá (75), comércio (47) e restaurante/pizzaria (26).
Maracanaú e Fortaleza foram as cidades que apresentaram mais crianças e adolescentes cuidando da casa e dos irmãos mais novos, sendo 1.561 e 1425 respectivamente.
Fonte: Diário do Nordeste