Uma esteticista de Salvador diagnosticada com falência renal e que não bebe água desde fevereiro deste ano iniciou uma vaquinha para realizar dois transplante em São Paulo. Além do rim, Larissa Medrado, que tem 31 anos e sofre de diabetes há mais de 20, também precisa de um transplante de pâncreas.
“Mudou tudo, tive que parar de trabalhar, parar de estudar, parar até mesmo de brincar com meu filho. Alimentação ficou bastante restrita”, contou Larissa.
Larissa realizou exames que apontaram que os rins da mãe dela são compatíveis. O procedimento será feito em São paulo, pelo SUS, entretanto ela não tem como arcar com as despesas com viagem, hospedagem, alimentação, cuidador, e medicamentos que ela vai precisar durante a estadia na capital paulista, um período de pelo menos seis meses.
A vaquinha postada na internet busca arrecadar R$ 70 mil. Até a manhã desta terça-feira (18), tinham sido arrecadados cerca de R$ 30 mil. Segundo a irmã de Larissa, que teve a iniciativa da vaquinha, diz que o trasplante do pâncreas deve ocorrer cerca de três meses após o dos rins.
“Qualquer pessoa que faz hemodiálise, o medo é de não resistir. Como eu tenho visto, muitas pessoas vindo a óbito do meu lado e a gente não pode fazer nada. A gente fica imaginando: ‘será que a próxima será eu?’. Hoje isso é o que mais me deixa sem chão, por não estar muito ao meu favor. O que eu mais quero é fazer a cirurgia, voltar a ter uma vida normal e poder brincar com meu filho”, relatou Larissa.
A esteticista conta que desde fevereiro que não bebe água. “Às vezes eu chupo uma pedrinha de gelo, pra tentar matar a sede, mas é complicado”, disse.
Para sobreviver, ela passa por três sessões de hemodiálise por semana, toma oito tipos de medicamentos diferentes, o que dá uma média de 20 comprimidos todos os dias, além das injeções de insulina.
“Ela tem que se preocupar muito com alimento. A banana, por exemplo, não pode comer, porque tem muito potássio. Tem que pegar a banana, ferver várias vezes, trocar a água. A batata do mesmo jeito. O peixe também não pode muito. Mudou a rotina da gente dentro de casa. As vezes eu estou no trabalho e falam: ‘sua filha está dialisando e está passando mal’. Tenho que voltar no hospital para poder estar sempre com ela. Não é fácil, o coração fica a mil”, relatou dona Nara Medrado, mãe de Larissa.
A sobrevivência de Larissa só estará garantida quando ela fizer o transplante duplo dos rins e do pâncreas. Na Bahia, esse tipo de transplante não é feito pelo SUS.
Na corrida pela vida, ela apelou para as redes sociais para encontrar especialistas em duplo transplante e acabou conhecendo um médico de um hospital particular de São Paulo, que acolheu a história dela e se ofereceu para realizar o procedimento pelo SUS.
“Eu faria um transplante de rins e de pâncreas. Para isso acontecer, eu preciso alugar um local em São Paulo. Eu tenho um custo muito alto com remédios, que nem todos o governo oferece. Tem a despesa toda com acompanhante, alimentação, remédios, aluguel, que está muito caro em São Paulo, e transporte”, explicou Larissa.
Como entrar na fila para esperar um doador de rim não era uma opção, porque a cirurgia deve ser feita o mais rápido possível para evitar que outros órgãos também entrem em colapso, exames foram realizados e constataram que os rins da mãe dela são compatíveis.
“Peço às pessoas, que contribuam para poder realizar esses transplantes em minha filha, para que ela volte a ter uma vida normal. A gente precisa de todos, um pouquinho aqui, um pouquinho ali, orações, e a gente chega lá”, pediu dona Nara.
O médico já autorizou para que a primeira etapa do transplante aconteça, e agora Larissa espera conseguir arrecada o valor pretendido, para conseguir o tratamento que salvará a vida dela.
Fonte: G1 BA