A PF (Polícia Federal) informou neste domingo (19) que subiu para oito o número de suspeitos investigados pela morte do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, no Vale do Javari, no Amazonas.
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Segundo a corporação, foram identificados mais cinco homens que teriam ajudado a enterrar os corpos de Dom e Bruno. As autoridades não revelaram os nomes dos suspeitos.
As autoridades dizem que o Instituto Nacional de Criminalística continua atuando para identificar todos os restos mortais encontrados e para entender a dinâmica dos eventos.
Até o momento, três suspeitos foram presos pela polícia. O pescador Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como Pelado, confessou a autoria no duplo homicídio e foi preso em flagrante no dia 7, por porte de munição de uso restrito.
Segundo a investigação, o pescador confessou na noite de terça-feira (14), voluntariamente, a autoria do duplo homicídio, e contou com detalhes a dinâmica do crime.
O segundo suspeito preso é o pescador Oseney da Costa de Oliveira, irmão de Amarildo e conhecido como Dos Santos, preso no dia 14. Ele negou ter participado do crime.
Já o terceiro, Jeferson da Silva Lima, conhecido como Pelado da Dinha, se entregou para as autoridades por volta de 6h de ontem, após saber pela própria família que a polícia o procurava. Ele é apontado como alguém que participou diretamente do duplo homicídio e ajudou na ocultação dos corpos.
A PF descarta que exista um mandante ou uma organização criminosa por trás das mortes.
Dom e Bruno foram mortos com tiros de arma de caça
A perícia da PF apontou que Dom e Bruno foram mortos com disparos de armas de caça. Os restos mortais chegaram em Brasília para perícia na quinta-feira (16). Na sexta (17), a PF confirmou a identificação de Dom e, no sábado, de Bruno.
Em nota, a PF informou que a perícia, realizada por agentes da corporação, indicou que Phillips recebeu um tiro e teve traumatatismo toracoabdominal e lesões principalmente na região abdominal e torácica.
Pereira, por sua vez, recebeu dois disparos na região do tórax e do abdômen e um na face. A morte foi causada por traumatismo toracoabdominal e craniano.
Quem são as vítimas?
Dom era correspondente do jornal The Guardian. Britânico, ele veio para o Brasil em 2007 e viajava frequentemente para a Amazônia para relatar a crise ambiental e suas consequências para as comunidades indígenas e suas terras.
O jornalista conheceu Bruno em 2018, durante uma reportagem para o Guardian. A dupla fazia parte de uma expedição de 17 dias pela Terra Indígena Vale do Javari, uma das maiores concentrações de indígenas isolados do mundo.
O interesse em comum aproximou a dupla. Bruno, servidor licenciado da Funai (Fundação Nacional do Índio), era conhecido como um defensor dos povos indígenas e atuante na fiscalização de invasores, como garimpeiros, pescadores e madeireiros.
Em entrevista ao UOL, o líder indígena Manoel Chorimpa afirmou que o indigenista estava preocupado com as ameaças de morte que vinha sofrendo.
Fonte: UOL