Uma menina de 8 anos morreu no Distrito Federal após inalar desodorante em spray, em um episódio relacionado a um desafio viral divulgado em redes sociais. O óbito foi confirmado neste domingo (13), no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), após exames que confirmaram a morte cerebral.
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Segundo a Polícia Civil do DF (PCDF), Sarah Raissa Pereira de Castro deu entrada no hospital no dia 10 de abril, após sofrer uma parada cardiorrespiratória. Ela foi submetida a manobras de reanimação por 60 minutos, mas não apresentou reflexos. A morte encefálica foi confirmada no mesmo dia.
O caso é investigado pela 15ª Delegacia de Polícia, que instaurou um inquérito policial para apurar as circunstâncias da morte da criança e rastrear os responsáveis pela publicação do chamado “desafio do desodorante”, que circula principalmente no TikTok.
O desafio e seus riscos
De acordo com familiares, Sarah teria participado do desafio que incentiva crianças e adolescentes a inalar desodorante aerossol pelo maior tempo possível, enquanto gravam vídeos para redes sociais. A prática, que tem milhares de visualizações, é extremamente perigosa, alertam especialistas.
Segundo o toxicologista Anthony Wong, diretor do Ceatox (Centro de Assistência Toxicológica) do Instituto da Criança da Faculdade de Medicina da USP, a inalação de aerossóis pode ser fatal:
“O desodorante spray contém altas concentrações de etanol e partículas químicas, que, ao serem inaladas, atingem diretamente os brônquios e comprometem a oxigenação do corpo”, explica o especialista.
O uso indevido dessas substâncias pode levar a arritmias cardíacas, convulsões e parada respiratória.
Polícia apura crime de homicídio qualificado
O delegado Ataliba Neto, responsável pelo caso, afirmou que o inquérito busca esclarecer como a criança teve acesso ao conteúdo e quem é o responsável pela publicação do desafio. Caso identificado, o autor pode responder por homicídio duplamente qualificado, por uso de meio que causa perigo comum e pela vítima ser menor de 14 anos — crime cuja pena pode chegar a 30 anos de prisão.
Família faz alerta sobre perigos da internet
Em uma rede social, uma tia da menina fez um apelo para que pais e responsáveis estejam atentos ao que as crianças consomem online.
“Não é brincadeira. Esses desafios matam. Converse com seus filhos, monitore o que eles assistem. Sarah era uma menina feliz, doce, cheia de sonhos. Não podemos permitir que mais vidas se percam assim”, escreveu.
Por Aline Dantas