Dois irmãos de Araguaína, cidade no norte do Tocantins, descobriram uma verdadeira fortuna entre os pertences do pai falecido: uma mala repleta de notas e moedas somando quase 32 milhões de cruzados, a moeda que circulou no Brasil entre 1986 e 1989. Apesar da surpresa, o valor impressionante não é mais conversível e, segundo especialistas, possui valor numismático limitado. As informações são do g1.
Curta, siga e se inscreva nas nossas redes sociais:
Facebook | X | Instagram | YouTube | Bluesky
Sugira uma reportagem. Mande uma mensagem para o nosso WhatsApp.
Entre no canal do Revista Cariri no Telegram e veja as principais notícias do dia.
O técnico de manutenção Waloar Pereira Magalhães, um dos irmãos, relatou o achado: “Ele faleceu, nós entrávamos na casa dele e não mexíamos em nada. Até que encontramos uma mala cheia de dinheiro.” Após o Cruzado, vieram sucessivas moedas no Brasil – o Cruzado Novo, Cruzeiro, Cruzeiro Real e, finalmente, o Real – tornando o montante guardado obsoleto como dinheiro corrente.
No entanto, Waloar e os irmãos ainda mantêm a esperança de valorizar a coleção. “Se Deus ajudar, e ainda tiver um jeitinho no banco de fazer a transformação dele, dava para a gente começar uma nova vida”, afirmou.
O presidente do Clube Numismático do Rio de Janeiro, André Luiz Padilha, comentou que o valor das cédulas para colecionadores pode ser limitado, principalmente pelo estado de conservação. “O fato de terem encontrado as cédulas dobradas, já todas unidas, com manchas, marcas, e por serem cédulas de grande tiragem, elas têm um valor numismático baixo comparado às cédulas novas. As cédulas gastas já não têm mais valor nenhum”, explicou Padilha.
Para Padilha, a coleção, ainda que desvalorizada no mercado, possui grande importância histórica. Ele sugeriu a Waloar e seus irmãos a doação das notas e moedas a uma escola ou instituição de preservação histórica, onde as cédulas poderiam ser usadas para ensinar jovens sobre o passado econômico do Brasil. “Essa coleção pode ser doada para colégios, museus ou casas de cultura, para que possam trabalhar essas cédulas com as crianças e ensinar mais sobre nossa história monetária”, destacou.
A numismática, estudo que analisa moedas e cédulas antigas, aponta que, em casos raros, cédulas em condições especiais podem alcançar valores interessantes entre colecionadores. Para os irmãos de Araguaína, a descoberta do tesouro familiar trouxe, acima de tudo, uma peça de história brasileira e um momento de reflexão sobre o valor simbólico e cultural dos itens encontrados.
Por Bruno Rakowsky