A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determinou, nesta terça-feira (11), a suspensão das operações da Voepass, companhia aérea formada pela Passaredo Transportes Aéreos e Map Linhas Aéreas. A medida, de caráter cautelar, permanecerá em vigor até que a empresa comprove a correção de irregularidades nos sistemas de gestão exigidos pelos regulamentos da agência.
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A decisão atinge os voos comerciais e fretados da companhia, que atualmente opera com seis aeronaves em 15 localidades. Passageiros afetados pelos cancelamentos devem procurar a Voepass ou a agência de viagens responsável pela venda do bilhete para solicitar reembolso ou reacomodação em outras companhias aéreas.
Motivos da suspensão
Segundo a Anac, a decisão foi tomada devido à incapacidade da empresa em solucionar irregularidades detectadas ao longo das fiscalizações. Além disso, a Voepass teria descumprido condicionantes impostas anteriormente para a manutenção das operações dentro dos padrões de segurança exigidos.
A agência afirmou que a suspensão ocorre após uma nova auditoria realizada em fevereiro de 2025, que constatou a degradação da eficiência do sistema de gestão da companhia. Foram identificadas falhas reincidentes, anteriormente consideradas resolvidas, além da ineficácia do plano de ações corretivas implementado pela empresa.
A Anac destacou ainda que houve uma “quebra de confiança” na governança da Voepass, pois a companhia não conseguiu demonstrar capacidade de identificar e corrigir riscos operacionais. Dessa forma, as operações foram interrompidas até que a empresa comprove sua capacidade de garantir a segurança prevista nos regulamentos vigentes.
Histórico de problemas e acidente em 2024
A Voepass já estava sob monitoramento rigoroso da Anac desde o acidente ocorrido em 9 de agosto de 2024, quando um avião da companhia caiu em Vinhedo (SP), resultando na morte de 62 pessoas. Após a tragédia, foi implantada uma operação assistida de fiscalização, com servidores da agência acompanhando as atividades da empresa em suas bases de operação e manutenção.
Nos meses seguintes, a Anac determinou que a companhia adotasse medidas para garantir a segurança das operações, como:
• Redução da malha aérea;
• Aumento do tempo das aeronaves em solo para manutenção;
• Troca de administradores;
• Execução de um plano de ação corretivo.
Entretanto, a nova auditoria de fevereiro apontou que a empresa não cumpriu de forma satisfatória as exigências e que os sistemas de controle de segurança estavam em declínio operacional.
Repercussão
A decisão da Anac foi respaldada pelo Ministério de Portos e Aeroportos, que classificou a suspensão como acertada. Em nota, a pasta afirmou que acompanhava o caso há alguns meses e destacou que a medida visa melhorar a governança da Voepass e fortalecer a segurança da aviação no país.
Por Nicolas Uchoa










