Com o tema “Conexão com a música norteou sua vida religiosa”, Monsenhor Ágio é tema de reportagem da “Folha de S. Paulo” neste domingo (23).
Leia a íntegra:
Conexão com a música norteou sua vida religiosa
Aos 101 anos, o clérigo Ágio Augusto Moreira morreu no último dia 12 na cidade de Crato, na região do Cariri cearense.
Figura conhecida na região, Ágio deu início à vida religiosa aos 12 anos, “ao ouvir o canto dos catadores de algodão” na cidade onde nasceu, Assaré, no interior do Ceará, segundo a diocese onde atuou.
A conexão com a música norteou sua vida religiosa. Fundou, em março de 2017, a Vila da Música Solibel, destinada a ministrar aulas de música a crianças e jovens carentes da região. O equipamento cultural faz parte da secretaria de cultura do Ceará, que forneceu os cerca de 300 instrumentos usados pelos alunos durante as aulas, como violinos, flautas e violoncelos. A escola de música também abriga ensaios da Orquestra Polifônica do Crato.
Ao longo de toda sua vida religiosa, o clérigo costumava atrair fiéis, principalmente famílias de agricultores da região, com suas músicas tocadas ao acordeão, que o acompanhava, assim como a batina marrom e a boina na cabeça.
Na inauguração da Vila da Música Solibel, o monsenhor tocou uma música religiosa composta há mais de 100 anos.
O religioso foi professor de canto gregoriano e recebeu o título de monsenhor em 2003.
Ele faleceu após um mal súbito que o acometeu enquanto dormia. De acordo com a diocese de Crato, seu cuidador o encontrou sem vida em sua cama na madrugada do dia 12 após ir até a cozinha da casa paroquial para atender seu pedido por um copo d’água.
Em abril, ele havia passado um período internado para tratar de uma pneumonia.
Por Mariana Zylberkan
Fonte: Folha.com