O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quarta-feira a campanha de abstinência sexual, patrocinada pela ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves. Bolsonaro criticou os que “esculhambam” Damares e citou sua própria filha, Laura, de nove anos, dizendo que não quer ver ela grávida no próximo ano, para defender políticas contra a gravidez precoce.
— Quando ela fala em abstinência sexual, esculhambam ela. Quem quer… Eu tenho uma filha de nove anos, você acha que eu quero minha filha grávida no ano que vem? Não tem cabimento isso aí. É essa a campanha que ela faz — disse Bolsonaro, sobre Damares, na saída do Palácio da Alvorada.
Bolsonaro afirmou que há uma “depravação total” e responsabilizou as administrações do Partido dos Trabalhadores (PT) por isso:
— Essa liberdade que pregaram ao longo (do governo) do PT todo, que vale tudo, se glamoriza certos comportamentos que um chefe de família não concorda, chega a esse ponto, uma depravação total. Não se respeita nem sala de aula mais.
A campanha nacional de prevenção à gravidez na adolescência, lançada na segunda-feira pelo governo federal, não recomenda explicitamente a abstinência sexual, método defendido por Damares Alves. A mensagem da campanha é mais sutil: “Tudo tem seu tempo: adolescência primeiro, gravidez depois”.
No lançamento da campanha, que também contou com a participação do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, Damares defendeu retardar o começo da atividade sexual.
Uma nota técnica do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, produzida para orientar a campanha, afirma que o início precoce da vida sexual leva a “comportamentos antissociais ou delinquentes” e “afastamento dos pais, escola e fé”, entre outras consequências.
Fonte: O Globo