A expressão “Nazismo” deriva da sigla “Nazi”, que foi usada como abreviatura para o “Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães”, organizado por Adolf Hitler na década de 1920. Algumas das principais características do nazismo, enquanto ideologia instituída no poder, são procedentes das ideias do próprio Hitler. O controle da população, por meio da propaganda, era um de seus principais instrumentos. O uso do rádio e do cinema foi crucial nesse processo para que as ideias nazistas fossem propagadas. O antissemitismo era uma dessas ideias. O ódio aos judeus, a quem Hitler atribuía a culpa por vários problemas que a Alemanha enfrentava, especialmente os de ordem econômica, intensificou-se no período nazista. Esse fato culminou no Holocausto, morte de mais de seis milhões de pessoas em campos de concentração. Da década de 20 até hoje, muita coisa mudou, contudo na minha opinião, o holocausto ainda continua sendo um dos maiores horrores de todos os tempos. Comecei a entender mais sobre o assunto quando li o Diário de Anne Frank, um relato de uma adolescente de 13 anos, alemã de família judaica, que permaneceu junto a família dois anos inteiros escondidos, até que em agosto de 1944, faltando um ano para a guerra acabar, os nazistas descobriram o esconderijo e levaram todos para campos de concentração. O diário ficou, se transformou em livro e ganhou o mundo. Chegou em minhas mãos quando eu tinha a idade dela, sofri ao ler. Pesquisei mais sobre o tema, onde o horror só aumentou, mas jamais me imaginei em tal situação.
Eis que os anos se passam e me vejo em um país conhecido pela miscelânea de raças, cores, amores e sabores, vivendo sob a sombra de algo tão aterrorizador e cruel como o nazismo.
Tal foi minha surpresa e indignação ao ver o então secretário de Cultura do Governo, Roberto Alvim, citar palavras do ministro da propaganda de Hitler, Joseph Goebbels. “Tudo bem”, o presidente (que não me representa) demitiu Alvin em menos de 24 horas depois do ocorrido, ao meu ver não pelo que disse, e sim pela indiscrição e pelo estardalhaço (glorioso) que gerou.
É bizarro, é insano, é perigoso. Precisamos, sim, estar atentos e fortes para esse tipo de acontecimento que faz ascender ideologias de ódio. O fascismo está sim presente em nossa pátria brasileira e só não vê quem não quer.
Numa nação onde um dos seus maiores ícones da Educação é chamado de energúmeno, onde se tenta fortalecer uma só religião, dentro dos parâmetros do Estado Laico, onde a censura se mostra as claras e a homofobia é explícita, não se pode calar. Que ninguém solte a mão de ninguém, que tenhamos voz e vigor para nos impor contra tudo isso. Somos um povo livre e não precisamos do lema “Brasil acima de tudo”, necessitamos de um Brasil que seja de todos e para todos, em que a liberdade seja eco em cada localidade e a igualdade seja premissa.
É certo que tenho dançado hora com o medo, hora com a esperança. Mas tenho passos firmes, cientes de onde estou, do que posso e do que quero. E da certeza do que não quero. Eles? Não Eles? Nunca! Eles… jamais.
Viva Paulo Freire!
Anne Frank, presente!
Onde queres Regina, sou Fernanda!
Por Hermínia Rachel Saraiva. Jornalista, professora universitária, instrutora de Comunicação e Gestão
*Este texto é de inteira responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Cariri