A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) entregou, neste domingo (14), uma carta de renúncia ao mandato na Câmara dos Deputados. A informação foi confirmada pela assessoria da Presidência da Casa, que comunicou oficialmente o recebimento do documento pela Secretaria-Geral da Mesa.
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Com a renúncia formalizada, a vaga passa a ser ocupada pelo suplente do Partido Liberal em São Paulo Adilson Barroso, que foi o mais votado entre os suplentes da legenda.
📄 Comunicado oficial da Câmara
Em nota, a Câmara dos Deputados informou:
“A Câmara dos Deputados informa que a Deputada Carla Zambelli (PL/SP) comunicou à Secretaria-Geral da Mesa a sua renúncia ao mandato parlamentar na data de hoje”.
Na carta entregue ao Legislativo, Zambelli afirmou estar sendo alvo de perseguição e declarou que sua trajetória pública “não foi forjada”.
“Afirmo: a verdade foi dita, a história foi escrita e a minha consciência permanece livre”, concluiu a ex-deputada no documento.
⚖️ Estratégia da defesa
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), declarou que a renúncia fez parte de uma estratégia jurídica conjunta.
“A renúncia vai dar a ela mais possibilidades de defesa para ser solta e permanecer na Itália”, afirmou o parlamentar em entrevista à GloboNews.
Apesar disso, a renúncia não altera as condenações já impostas a Zambelli nem seus efeitos jurídicos. As sentenças são definitivas e incluem a suspensão dos direitos políticos, o que impede a ex-deputada de votar ou se candidatar enquanto durar a pena.
🏛️ Reação do governo
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), criticou a postura do Legislativo e afirmou que a Casa perdeu a oportunidade de cumprir integralmente a Constituição.
“A renúncia não produz qualquer efeito jurídico: não apaga os fatos, os crimes e nem os efeitos da condenação. Ou a Mesa cumpre imediatamente a Constituição e as decisões do STF, ou continuará incidindo em omissão inconstitucional”, declarou.
🗳️ Processo de cassação rejeitado
Na última quarta-feira (10), o plenário da Câmara rejeitou o pedido de cassação do mandato de Carla Zambelli. O resultado foi de 227 votos favoráveis, 170 contrários e 10 abstenções — número inferior aos 257 votos necessários para a cassação.
A perda do mandato havia sido determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) de forma automática, após a condenação criminal da parlamentar, mas a decisão foi contrariada pela Câmara.
⚖️ Condenações no STF
Carla Zambelli foi condenada pelo STF a 10 anos de prisão por comandar a invasão a sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto. A sentença se tornou definitiva em junho, sem possibilidade de recurso.
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), a deputada atuou para inserir documentos falsos no sistema do CNJ, incluindo um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.
Além disso, Zambelli também foi condenada a 5 anos e 3 meses de prisão por perseguir armada um eleitor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na véspera do segundo turno das eleições de 2022.
🌍 Prisão e extradição
Após as condenações, a parlamentar deixou o Brasil e se refugiou na Itália. Posteriormente, foi considerada foragida e incluída na lista da Interpol, sendo presa nos arredores de Roma.
O governo brasileiro solicitou a extradição de Carla Zambelli, pedido que ainda aguarda análise pela Justiça italiana.
Por Fernando Átila










